Autarcas vão de comboio a Lisboa pedir novos meios ferroviários e fim de portagens

O presidente da CIM-BSE explicou que esta é “uma ação simbólica” e que foi marcada depois de os autarcas terem aprovado por unanimidade duas moções.

Autarcas da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE) vão, de comboio, quinta-feira, a Lisboa para reivindicarem a suspensão das portagens na A23 e na A25 e a substituição do material circulante na Linha da Beira Baixa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da CIM-BSE, Paulo Fernandes, explicou que esta é “uma ação simbólica” e que foi marcada depois de os autarcas da comunidade intermunicipal terem aprovado por unanimidade duas moções, exigindo a “imediata suspensão do pagamento de portagens” nas autoestradas A23 e A25, bem como a “substituição do material circulante na Linha da Beira Baixa”.

Os documentos devem ser entregues no final da viagem ao secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins.
Segundo Paulo Fernandes, que também é presidente da Câmara do Fundão, a moção relativa às portagens reitera os pressupostos que levam os autarcas a estarem contra os pagamentos naquelas ex-Scut (vias sem custo para os utilizadores), a começar pelo prejuízo que as mesmas implicam para a região.

Além disso, aquelas vias, que ligam a A1, em Torres Novas, a Castelo Branco, Covilhã e Guarda (A23) e Aveiro à Guarda e a Vilar Formoso (A25), estão em “péssimo estado” nalguns dos seus lanços.

“É mais um motivo para que se proceda à imediata suspensão dos pagamentos”, sustentou.

No que concerne à substituição do material circulante da Linha da Beira Baixa, a ferrovia, após a sua eletrificação, que passou a ser servida por ‘unidades triplas elétricas’, em vez das habituais carruagens por composições, os autarcas apontam a falta de comodidade e o facto de o equipamento não se adequar nem ao perfil nem à duração da viagem em comboios ‘intercidades’.

A Linha da Beira Baixa, que liga Lisboa à Linha da Beira Alta, na Guarda, por Entroncamento, Castelo Branco, Fundão e Covilhã, foi eletrificada até à Covilhã, faltando eletrificar o lanço entre esta cidade e Guarda, que tem estado desativado e cuja eletrificação foi recentemente anunciada pelo Governo.

A estes aspetos, acrescenta-se ainda um novo dado, que se prende com o aumento do número de passageiros, “o que certamente contribuirá para justificar a necessária alteração”, afirma o autarca.

Nesta quinta-feira, entre os passageiros do ‘intercidades’ que às 07:30 inicia a viagem entre Covilhã a Lisboa estarão, pelo menos, os presidentes da CIM-BSE e da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes (PSD), o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira (PS), e a vice-presidente da Câmara do Sabugal, Delfina Marques Leal (PSD), a quem se poderão juntar outros autarcas, representantes de outras entidades ou população.

A CIM-BSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).


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