Sindicatos de Guarda e Castelo Branco exigem reposição dos passes sociais

Dirigentes sindicais, trabalhadores e utentes dos transportes dos distritos da Guarda e de Castelo Branco apelaram na passada sexta-feira à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE) “melhores transportes” e reposição de descontos nos passes sociais.

As uniões dos sindicatos da Guarda e de Castelo Branco afetas à CGTP realizaram na sexta-feira, uma concentração em frente da sede da CIM-BSE, na cidade da Guarda, que juntou cerca de quatro dezenas de participantes.

Uma delegação de dirigentes sindicais tencionava reunir com a presidência daquele órgão, mas tal não se concretizou por não estar presente o seu presidente, Luís Tadeu, nem os dois secretários executivos, o que originou críticas dos sindicalistas.

“Isto é uma falta de vergonha e de consideração para com os sindicatos e as populações”, disse aos jornalistas Sérgio Santos, coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco.

O sindicalista adiantou que a CIM-BSE ficou de marcar uma reunião para os próximos dias 07 ou 09 mas, se tal não se verificar, as estruturas sindicais levarão o protesto para a “porta da Câmara Municipal de Gouveia”, cujo presidente, Luís Tadeu, lidera a Comunidade Intermunicipal.

Helder Borges, do Sindicato dos Transportes Rodoviários Urbanos, disse que a CIM-BSE revelou “uma falta de respeito” ao não receber os sindicatos alegando que “está em causa a continuidade de postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores”.

No âmbito da futura concessão de transportes públicos, o sindicalista alerta que também se desconhecem “quais os serviços que estão contratualizados”, “que populações vão ter transporte e de que forma vão ser assegurados”.

José Pedro Branquinho, coordenador da União dos Sindicatos da Guarda, disse que a mobilidade “é uma questão importante no território”, para os trabalhadores e populações.

“Iremos ter este tema na agenda das eleições autárquicas. As Câmaras e o Governo têm que encontrar soluções”, afirmou.

Desde o início de setembro de 2020 que a CIM-BSE limita o apoio à aquisição de passes de transporte no seu território.

Segundo as novas regras, o apoio é de 50% do preço, “mas limitado a pessoas em situação de carência económica que terá de ser comprovada pela Câmara Municipal da residência”.

Até então, a CIM-BSE apoiava em 40% do seu preço a aquisição de passes normais e, em 60%, nos casos em que o adquirente tivesse mais de 65 anos ou menos de 23.

A decisão foi deliberada pelo conselho intermunicipal da CIM-BSE, no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), “no contexto criado pelas medidas restritivas de circulação adotadas no combate à pandemia de covid-19” e que “provocou défices acentuados no setor de transportes públicos de passageiros”.

Segundo as uniões dos sindicatos, numa reunião com a CIM-BSE foi referido que para aplicar os descontos seriam precisos 600 mil euros, valor que já terá sido atribuído pelo Governo e cujo destino tencionam conhecer.

Durante a ação, foram exibidas tarjas com a mensagem “Exigimos e lutamos: Pela redução do preço dos passes sociais. Por mais e melhores transportes públicos”.

A Lusa procurou ouvir a CIM-BSE, mas nenhum responsável se encontrava nas instalações da sede em frente da qual decorreu a ação dos sindicatos.

A CIM-BSE é constituída pelos municípios de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Seia, Sabugal, Trancoso, Belmonte, Covilhã e Fundão.


Conteúdo Recomendado