Sindicatos da Guarda e de Castelo Branco defendem reposição de passes sociais

Dirigentes sindicais da Guarda e Castelo Branco voltaram na sexta-feira a pedir a reposição de descontos nos passes sociais pela Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, exigindo uma solução para um problema que afeta as populações.

As uniões dos sindicatos da Guarda e de Castelo Branco afetas à CGTP realizaram na passada sexta-feira, uma concentração em frente da sede da CIM-BSE, na Guarda, que juntou cerca de duas dezenas de participantes.

Os coordenadores das duas estruturas sindicais disseram à agência Lusa que tencionavam agendar uma reunião com o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), Luís Tadeu, mas o autarca não se encontrava nas instalações.

José Pedro Branquinho, coordenador da União dos Sindicatos da Guarda, explicou que dialogaram com um secretário executivo que prometeu marcar uma reunião com Luís Tadeu “com algum caráter de urgência”.

Segundo o sindicalista, o objetivo é discutir com o presidente da CIM-BSE soluções para ultrapassar o problema.

O responsável lembrou que a Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes propõe, em 2022, um apoio de 50% aos passes sociais “com verbas afetas pelas câmaras municipais”, admitindo tratar-se de “uma solução viável” para as Beiras e Serra da Estrela.

As estruturas sindicais lembram que nos últimos 15 meses desenvolveram ações com vista à atribuição de verbas ao Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), “que garantam a reposição do valor dos passes sociais” na região, incluindo um abaixo-assinado com cerca de 2.000 assinaturas.

Caso a situação se mantenha, admitem a possibilidade de promover novas ações, incluindo o recurso aos tribunais.

Sérgio Santos, coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, disse que “não há justificação” para que a reposição dos descontos não ocorra, quando a CIM recebeu um reforço de verbas no valor de cerca de 138 mil euros.

“E, não há outra explicação, a não ser que é preferível dar este dinheiro às empresas de transportes do que ajudar as populações”, admitiu o sindicalista.

A concentração, onde foi exibida uma tarja com a mensagem “Pela redução do preço dos passes sociais. Por mais e melhores transportes públicos”, contou com a presença dos cabeças-de-lista da CDU na Guarda (André Santos) e Jorge Fael (Castelo Branco).

Desde o início de setembro de 2020 que a CIM-BSE limita o apoio à aquisição de passes de transporte no seu território.

Segundo as novas regras, o apoio é de 50% do preço, “mas limitado a pessoas em situação de carência económica que terá de ser comprovada pela Câmara Municipal da residência”.

Até então, a CIM-BSE apoiava em 40% do seu preço a aquisição de passes normais e, em 60%, nos casos em que o adquirente tivesse mais de 65 anos ou menos de 23.

A decisão foi deliberada pelo conselho intermunicipal da CIM-BSE, no âmbito do PART, “no contexto criado pelas medidas restritivas de circulação adotadas no combate à pandemia de covid-19” e que “provocou défices acentuados no setor de transportes públicos de passageiros”.

A CIM-BSE é constituída pelos municípios de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Seia, Sabugal, Trancoso, Belmonte, Covilhã e Fundão.


Conteúdo Recomendado