Segundo Joaquim Lé de Matos, a organização que lidera já deu “alguns passos” para a preparação do processo de candidatura do queijo Serra da Estrela DOP (Denominação de Origem Protegida) que será entregue junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Já demos alguns passos. É um processo que tem o seu tempo, dá-se passo a passo”, referiu hoje o responsável à Lusa, indicando que fez a proposta quando a direção a que preside tomou posse, em março de 2021.
Lembrou que propôs aos cooperadores elevar a Património Imaterial Mundial da UNESCO o processo do “saber fazer” e a história do queijo Serra da Estrela, produzido com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, que foi referido, pela primeira vez, no primeiro tratado agrícola de um general romano, nos séculos XI/XII.
“O queijo Serra da Estrela também está ligado muito à literatura”, sendo referido por autores como Gil Vicente, Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós e Miguel Torga, entre outros.
O produto está, ainda, ligado à geografia do território, onde também já existe o Geopark Estrela, reconhecido pela UNESCO, acrescentou.
“Nós, neste momento, estamos a criar a equipa coordenadora, o coordenador técnico e científico da candidatura e a sua equipa. Temos tido o apoio de uma pessoa que também já esteve ligada ao Douro Internacional e, ultimamente, ao Bom Jesus de Braga. E, depois, angariar recursos financeiros para trabalharmos e apresentarmos esta candidatura”, explicou.
Segundo o dirigente, o trabalho da elaboração da candidatura está previsto realizar-se durante três anos, para que, “em finais de 2024”, a mesma esteja “submetida à UNESCO para avaliação”.
“É um processo complexo, mas estamos a trabalhar já. Estamos a dar os primeiros passos”, disse, indicando que a Estrelacoop vai envolver no processo os municípios, as Comunidades Intermunicipais das Beiras e Serra da Estrela, Coimbra e Viseu Dão Lafões, a Associação Geopark Estrela e o Turismo do Centro, entre outras entidades.
Referiu que a acontecer a aprovação da candidatura pela UNESCO, será um legado “muito benéfico” para valorizar o produto endógeno do queijo Serra da Estrela e para o seu “reconhecimento internacional”.
“Estamos a trabalhar para que seja uma realidade a submissão junto da UNESCO da candidatura do saber fazer do queijo Serra da Estrela DOP a Património Imaterial Mundial da UNESCO”, concluiu Joaquim Lé de Matos.
A Estrelacoop, que tem sede em Celorico da Beira, no distrito da Guarda, é o agrupamento gestor da DOP dos produtos, Queijo Serra da Estrela, Queijo Serra da Estrela Velho, Requeijão Serra da Estrela e Borrego Serra da Estrela.
A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.