Governo aumenta apoio aos produtores de ovelha típica da Serra da Estrela

O Governo vai aumentar o apoio aos produtores de ovelhas típicas da Serra da Estrela em cerca de 60 euros por cabeça, para 160 euros, para estimular a produção de queijo, anunciou este sábado a ministra da Agricultura.

“Vamos criar condições para financiar, pela primeira vez, a aquisição desta raça autóctone, da raça bordaleira da Serra da Estrela. Vamos aumentar o apoio em cerca de 60 euros por cabeça. De 100 euros, vão receber, os nossos agricultores, 160 euros”, disse Maria do Céu Antunes aos jornalistas, na abertura da Feira do Queijo de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, que regressou ao formato presencial após dois anos de realização ‘online’ por causa da pandemia.

Segundo a governante, a medida visa “estimular, efetivamente, a produção de queijo da Serra [da Estrela]”, que é considerado “um grande ativo” do território, e “acrescentar valor à economia de regiões” como aquela onde o queijo é produzido.

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.

Nas declarações, a ministra da Agricultura também referiu que, após dois meses de “seca severa e intensa”, com a chuva que tem caído e continuará nos próximos dias, de acordo com as previsões, será possível recuperar as culturas de primavera e de verão.

Por outro lado, com a crise provocada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o Governo vai acompanhar a situação para ter os instrumentos necessários para ajudar o setor, como já foi feito em relação à energia e aos combustíveis.

“Vamos conseguir ter, a todo o tempo, as medidas necessárias e suficientes para também podermos apoiar os agricultores”, disse.

Maria do Céu Antunes adiantou que na segunda-feira terá uma reunião com as confederações do setor.

“Para poder não só apresentar aquilo que já hoje podemos fazer com segurança, mas também para podermos discutir com o setor outras medidas que a todo o tempo possamos fazer, até porque, dia 21 de março, temos Conselho de Ministros de Agricultura da Europa (…). É nossa expectativa que a Comissão Europeia possa trazer medidas concretas para podermos continuar a apoiar as medidas de estabilização do mercado”, adiantou.

Referiu que se tem verificado um aumento de custos dos fertilizantes agrícolas, da energia, dos lubrificantes e das rações para os animais e que “a perspetiva é que aumentem mais”.

No entanto, indicou que a Comissão Europeia propõe-se utilizar a reserva de crise e os instrumentos regulatórios para fazer a regulação de mercado e as aquisições conjuntas para evitar a rutura de ‘stocks’ e regular preços.

A ministra da Agricultura também reafirmou que, devido ao atual conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, não haverá racionamento de alimentos no país e a situação está a ser acompanhada e monitorizada.

“Mas também quero dizer aos portugueses e às portuguesas que nós saímos de um ano particularmente bom em Portugal, onde fomos recorde na produção de azeite. E, portanto, estamos numa situação confortável na produção de óleos alimentares”, indicou.


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