Incêndios: Medidas de apoio para serra da Estrela e outros concelhos serão apresentadas na próxima quinta-feira

A próxima reunião do Conselho de Ministros está agendada para 15 de setembro, nas instalações do antigo Ministério do Mar, em Algés, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.

As medidas de apoio para os danos causados pelos incêndios na serra da Estrela e nos concelhos onde arderam, este ano, mais de 4.500 hectares ou 10% da sua área serão apresentadas na próxima quinta-feira, informou ontem, 8 de setembro, o Governo.


“Na reunião do Conselho de Ministros de hoje foram apresentados os relatórios dos prejuízos e iniciou-se a discussão de um conjunto de medidas, nas quais o Governo continuará a trabalhar até ao próximo Conselho de Ministros, que avaliará e decidirá sobre as medidas a implementar”, revelou o Ministério da Coesão Territorial, em resposta à agência Lusa.


A próxima reunião do Conselho de Ministros está agendada para 15 de setembro, nas instalações do antigo Ministério do Mar, em Algés, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.


De acordo com o Ministério da Coesão Territorial, liderado por Ana Abrunhosa, as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional já compilaram o levantamento efetuado por várias entidades da Administração Central Desconcentrada “dos danos causados pelos incêndios ocorridos até 31 de agosto, o qual será muito em breve comunicado aos autarcas”.


“Apenas posteriormente esses relatórios serão de informação pública”, referiu este ministério.


Na terça-feira, a ministra da Coesão Territorial disse que o montante dos prejuízos dos incêndios que destruíram cerca de 25% da área do Parque Natural da Serra da Estrela iria ser divulgado no final do Conselho de Ministros de ontem, o que acabou por não acontecer porque não houve qualquer comunicação pública sobre o tema.


As declarações de Ana Abrunhosa aconteceram à margem de uma visita a uma empresa em Penela, no distrito de Coimbra, onde revelou, aos jornalistas, que o Governo já tem na sua posse o levantamento dos prejuízos e já está a estudar as medidas de apoio.


“Já temos os levantamentos e, percebendo os valores em causa, vamos idealizar medida a medida e é isso que estamos a fazer até ao dia do Conselho de Ministros”, afirmou a governante, na terça-feira, salientando que a apresentação estava prevista acontecer ontem: “Serão divulgados os valores globais dos prejuízos, tal como o pacote das medidas, embora algumas de urgência já estejam no terreno”.


No caso do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), “a ideia é, à semelhança do que foi feito para o Pinhal Interior, elaborar um plano de revitalização sob liderança da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro”, explicou a ministra da Coesão Territorial.

A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e que foi dado como dominado no dia 13.


O fogo sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 do mesmo mês, à noite.


As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.


No dia 25, o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para o PNSE, em consequência dos danos causados pelos incêndios florestais registados em agosto deste ano.


A situação de calamidade no PNSE foi já publicada no Diário da República e vai vigorar pelo período de um ano, “para efeitos de reposição da normalidade na respetiva área geográfica, salvaguardando a paisagem classificada do Estrela Geopark Mundial da UNESCO”.


O diploma do Governo determina também a realização de um procedimento de inventariação, no prazo de 15 dias, dos danos e prejuízos provocados pelos incêndios florestais registados no mês de agosto no PNSE, bem como “em todos concelhos com área ardida igual ou superior a 4.500 hectares ou a 10% da respetiva área, em 2022”.


A declaração de situação de calamidade corresponde ao nível mais grave de resposta a uma situação de desastre ou catástrofe prevista pela lei de bases da proteção civil.


Na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande, de 2017, o Governo também lançou um Programa de Revitalização do Pinhal Interior.


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