A Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 pediu a todos os partidos com assento parlamentar para assumirem o compromisso “claro e inequívoco” de proceder à reposição das SCUT, através da abolição das portagens.
Em comunicado, a Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e na A25 pede a todos os partidos com assento na Assembleia da República para que, no programa eleitoral que vão submeter ao eleitorado nas eleições de 06 de outubro de 2019, assumam “o compromisso claro e inequívoco” de, após o ato eleitoral e no âmbito da intervenção governamental e ou parlamentar, procedam “à urgente e necessária reposição das Scut na A23 e na A25, através da abolição das portagens”.
Na carta aberta que foi enviada às direções nacionais do PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP-PEV e PAN, os responsáveis da Plataforma pedem ainda uma reunião aos partidos políticos no âmbito da pré-campanha ou da campanha eleitoral.
“Dada a importância deste assunto, e para uma melhor exposição dos motivos que nos levam a defender a reposição das Scut na A23 e na A25, vimos solicitar-lhe a realização de uma reunião a si (ou quem indique em sua representação) a ter lugar nesta região no âmbito da pré-campanha ou da campanha eleitoral”, lê-se no documento.
Relembram ainda que a Beira Interior é caracterizada por uma baixa pressão demográfica, crescente nível de envelhecimento populacional, mas que tem em si um dinamismo económico, social e cultural com ampla margem de crescimento que é diariamente colocado em causa com a introdução das portagens na A23 e A25.
“Está demonstrado que elas [portagens] tiveram e continuam a ter consequências nefastas nos planos económico e social. Por isso defendemos a reposição das Scut, pois estamos convictos que esta reposição, sem custos para o utilizador, conduzirá a condições de desenvolvimento e de atração dos territórios onde se encontram, contribuindo assim para coesão territorial e o desenvolvimento regional e em particular do Interior”, sublinham.
A Plataforma explica que valoriza os descontos já efetuados, até porque eles são resultado da sua própria intervenção, mas adiantam que, não escamoteando a importância da redução do preço para os transportes pesados de mercadorias, “os descontos gerais e setoriais verificados são insuficientes e injustos (não abrangem os veículos ligeiros com que os trabalhadores e as populações se deslocam), e não correspondem às reais necessidades de desenvolvimento interior”.
“Numa altura em que estão na ordem do dia políticas de coesão territorial e social, que têm objetivos claros de contrariar uma trajetória insustentável, de esvaziamento das regiões do interior e que se baseiam na adoção de medidas especificas que contribuam diretamente para a afirmação destes territórios, parece premente olhar para a problemática do peso das portagens na economia das empresas e dos cidadãos”, sustentam.
Alertam ainda para o facto de a população residente na Beira Interior (Guarda e Castelo Branco) ter sofrido “mais uma sangria” com a perda de cerca de 40 mil pessoas nos últimos 10 anos.
Além disso, sublinham que os dados recentes sobre a criação de novas empresas e insolvências, revelam que enquanto no país o número de insolvênciaS diminui e a criação de empresas aumenta, no Interior, e em particular nos distritos de Castelo Branco e Guarda, “a situação é inversa”.
“O que está em causa não é “pedir” para o Interior condições de exceção ou melhores que as anteriores, mas sim a reposição das condições iniciais que se traduziam em estradas gratuitas numa lógica de combate de assimetrias face ao litoral e de convergência económica”, afirmam.
“É pois tempo de ser feita justiça a esta região do Interior, já que, tendo as Scut sido criadas sob a premissa de serem estradas sem cobrança ao utilizador e tendo sido introduzidas as portagens como medida de exceção, é tempo de, considerando agora os sinais positivos que a economia apresenta, se proceder à reversão desta medida, à semelhança de tantas outras que entretanto foram repostas”, concluem.
A Plataforma Pela Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.