Miranda do Douro pede reparação de danos no Parque do Douro Internacional

O presidente da Câmara de Miranda do Douro reivindica uma rápida intervenção do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), na área do Parque do Douro Natural Internacional para reparar os danos provocados pelos incêndios do último verão.

“Tivemos três grandes incêndios na área do Parque do Douro Internacional, na área que abrange o concelho de Miranda do Douro. Não tive conhecimento das intenções ou relatórios, nem da presença do ICNF para se fazer um projeto de reflorestação e reordenamento de uma área ambientalmente sensível”, disse à Lusa Artur Nunes.

O autarca garantiu que não teve conhecimento do levantamento dos prejuízos causados pelo fogo ou até a intenção mais que necessária da abertura de caminhos e aceiros naquela área protegida para travar os incêndios.

“Aquilo que reivindicamos é a necessidade de uma intervenção urgente por parte do ICNF para que seja revisto todo o regulamento do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), para que a atuação das populações residentes não seja penalizada, já que têm tido um papel ativo na preservação do ecossistema”, frisou o também presidente da CIM Terras de Trás-os- Montes.

Artur Nunes disse ainda que é preciso haver um forte investimento por parte do ICNF nas áreas ardidas e que os quatro municípios que integram o PNDI tenham um papel decisivo na elaboração de um plano contra incêndios e edificação de estruturas em toda área do parque natural.

“Terá de haver mais abertura por parte do ICNF para a promoção da biodiversidade na área do PNDI. O que temos visto é uma forte presença na área da fiscalização e contraordenações e embargo a alguns projetos públicos e privados”, enfatizou o autarca.

O autarca de Miranda do Douro assegura que estas preocupações são transversais a outros autarcas da área do PNDI e que terá de haver um trabalho conjunto de diversas entidades locais e nacionais para a evitar o flagelo dos incêndios em áreas de grande valor ambiental e paisagístico.

“Seria importante que na próxima época de incêndios houvesse já um plano de prevenção e proteção para combater os fogos”, indicou.

Outra das reivindicações é o diálogo entre a direção do PNDI com as autarquias e que haja mais abertura por parte desta entidade pública.

Por seu lado, Jorge Lourenço, presidente da Junta de Freguesia de Picote, defendeu que as entidades responsáveis pela conservação do ambiente se deveriam sentar à mesa com os autarcas locais e população para debater o problema.

“Depois do flagelo das chamas, vamos agora tentar encontrar soluções e ver neste caos uma oportunidade de mudança de paradigma na gestão das áreas protegidas”, frisou o responsável.

A Lusa tentou ouvir o ICNF sobre o assunto, contudo não obteve resposta até ao momento.

O PNDI inclui o troço fronteiriço do rio Douro, bem como as superfícies planálticas confinantes pertencentes aos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.


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