Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa define metas de crescimento até 2020

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa -CIMBB (que integra os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão) considera que algumas das metas definidas na Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial até 2020 só poderão ser alcançadas caso haja uma discriminação positiva para a região por parte do Governo.

“Estamos conscientes de que na componente da sustentabilidade facilmente conseguiremos alcançar as metas propostas atendendo a que a região tem elevados índices de conservação ambiental e de energia produzida por métodos renováveis, para além de uma qualidade do ar ao nível dos melhores índices nacionais. Agora, na componente do crescimento económico e da inclusão social, dificilmente seremos bem-sucedidos se não tivermos um apoio concreto e específico, tendo em conta que somos a região com o menor rendimento per capita do país”, refere João Paulo Catarino,  no comunicado enviado à redação do Diário Digital Castelo Branco. “Se as medidas e os apoios forem transversais ao território nacional, os mais pobres continuarão sempre mais pobres e a coesão mais distante”.

A Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial, apresentada aos conselheiros do Conselho de Coordenação Intersetorial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) no dia 13 de fevereiro, aponta indicadores e metas que as comunidades intermunicipais terão de alcançar até finais de 2020. Entre elas incluem-se uma taxa de desemprego inferior a 5 %: “Só será possível alcançar esta taxa se o país, de uma forma geral, crescer acima dos 2,5 % do PIB, caso contrário dificilmente a região, e o país, atingirá esta meta”, salienta João Paulo Catarino. Também o objetivo que aponta 1% do PIB a ser investido em I&D se revela difícil de alcançar tendo em conta que a maior parte do tecido empresarial da Beira Baixa é composto por micro e pequenas empresas, com dificuldades acrescidas em apostar na investigação & desenvolvimento.

Também no âmbito do crescimento inclusivo, o presidente da CIMBB vê com grande apreensão a proposta de reduzir a população em risco de pobreza para uma percentagem inferior a 25%, quando o valor atual é de 45%, atendendo a que uma das fontes de rendimento da população da Beira Baixa é proveniente das contribuições da Segurança Social (pensões, subsídio de desemprego e RSI) e, no caso das pensões sociais, uma parte significativa é de sobrevivência e de valor reduzido. “Consideramos que apenas a criação de emprego com rendimentos superiores ao salário mínimo nacional poderá ajudar a atingir os objetivos nesta vertente”.

Esta Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial foi elaborada com o apoio de uma empresa de consultoria e pelos parceiros regionais que compõem o Grupo de Ação Regional, que reuniram com cerca de 60 entidades da Beira Baixa, nas vertentes de crescimento inclusivo, sustentável e inclusivo. “Em 2020, a Beira Baixa deve afirmar-se como um espaço de ligação à Europa, através da aposta em dinâmicas socioeconómicas e empresariais transfronteiriças, da valorização económica dos seus recursos naturais e culturais e do reforço de um sistema urbano policêntrico como elemento chave para a retenção e captação de talento”, revela o documento.

Agroindústria, floresta e turismo são eixos prioritários de acordo com a estratégia de desenvolvimento da região. As medidas a desenvolver incluem programas de apoio à iniciativa empresarial, à fileira florestal, à gestão e valorização integrada dos recursos naturais e à marca Beira Baixa – Terras de Excelência, entre outros. A estratégia definida está igualmente alinhada com as prioridades nucleares CRER 2020 e as prioridades Europa 2020.

“O documento foi aprovado por unanimidade por todos os conselheiros e a garantia que a CIMBB deixou é que tudo faremos para alcançar as medidas aí definidas. Mas temos consciência que algumas metas não dependerão só de nós: a estratégia propriamente dita tem como eixo central as empresas e a criação de riqueza através do tecido empresarial”, conclui João Paulo Catarino, presidente da CIMBB.

A coordenação geral e gestão dos fundos comunitários é assumida pela CIMBB, tendo o acompanhamento do Grupo de Ação Regional Beira Baixa 2020, estando ainda prevista a criação do Observatório Regional da Beira Baixa.


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