“Neste momento temos 22 produtores a certificar queijo. Já chegaram a ser só 14, mas o número aumentou”, disse Francisco Granjal, presidente da Estrelacoop, com sede em Celorico da Beira, que representa os produtores certificados da região demarcada.
Segundo o responsável, o maior número de produtores com queijo certificado localiza-se no concelho de Celorico da Beira, que tem um total de cinco, seguindo-se Seia e Oliveira do Hospital com quatro e Gouveia com três.
A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Guarda, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.
A Cooperativa Estrelacoop é a entidade gestora da DOP (Denominação de Origem Protegida) do queijo Serra da Estrela que só pode ser produzido com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira.
Na feira do queijo de Celorico da Beira o queijo certificado foi vendido entre 15 e 16 euros o quilo e o não certificado a 13 euros.
“[O município de] Celorico da Beira tem 60 queijarias licenciadas que podem certificar queijo”, disse o responsável no dia em que o concelho acolheu mais uma edição da Feira do Queijo Serra da Estrela, promovida pela Câmara Municipal.
Segundo Francisco Granjal, a Estrelacoop tem sensibilizado os produtores para que apostem na certificação, mas refere que muitos não aderem, alegando “que a burocracia é muita e que preferem vender sem aderirem à certificação”.
O presidente da autarquia de Celorico da Beira, José Monteiro, disse este sábado à Lusa que a Câmara, através do Gabinete de Apoio ao Agricultor, tem “incentivado a aposta na certificação do queijo por ter o maior número de produtores da região demarcada e por ter a maior produção”.
“Estamos a apoiar, sem custos para o produtor, o licenciamento das queijarias (execução de projetos e a aprovação dos mesmos junto das entidades competentes), certificação das queijarias e do produto, e implementação do Sistema HACCP – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo'”, explicou.
No seguimento deste apoio “têm aderido novos produtores à certificação e instaram-se novos produtores de queijo” na área do município que se assume como “Capital do Queijo Serra da Estrela”, disse.
Por parte dos produtores, as opiniões dividem-se em relação à certificação do queijo.
Manuela Granjal disse à Lusa que só produz queijo certificado e que tem a produção “totalmente escoada”.
Já Margarida Coito, que comercializa queijo certificado e não certificado, vende “melhor” o não certificado, por ser “mais barato”.
“Eu já certifiquei queijo e desisti, porque a certificação dá muito trabalho e não compensa”, contou Isaura Gomes.