Zona entre Pocinho e Barca d'Alva tem a pior cobertura de rede móvel do rio Douro

O percurso abrange os concelhos de Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Vila Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo.

A zona entre a barragem do Pocinho e Barca d’Alva tem a pior cobertura de rede móvel do rio Douro, não permitindo a realização de chamadas de emergência, segundo um estudo realizado pela Anacom após solicitação da APDL.


De acordo com o documento, apresentado esta semana à Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), “os piores resultados globais (engloba o melhor sinal dos três operadores [NOS, MEO e Vodafone] numa determinada posição) foram obtidos entre a barragem do Pocinho e Barca D’Alva”.


“Nesta parte do percurso do rio, não existe a possibilidade de utilização das comunicações móveis em caso de emergência. Neste domínio, no troço identificado existirá acentuada e premente necessidade de melhoria”, pode ler-se no documento, disponível no site da Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações e divulgado pela APDL em nota de imprensa.


O percurso abrange os concelhos de Torre de Moncorvo (na freguesia de Urrós) e Freixo de Espada à Cinta (Ligares), no distrito de Bragança, e Vila Nova de Foz Côa (Castelo Melhor e Almendra) e Figueira de Castelo Rodrigo (Escalhão), no distrito da Guarda.


O relatório foi solicitado pela APDL, que gere a Via Navegável do Douro (VND), à Anacom, que o realizou em colaboração com a Autoridade Marítima Nacional.


Segundo o documento, existem “mais dois troços do rio Douro que poderão ser alvo de melhoria em termos de cobertura”, um abrangendo “as freguesias de Negozelo do Douro e São João da Pesqueira, do concelho de São João da Pesqueira, e Linhares, do concelho de Carrazeda de Ansiães, com a Barragem da Valeira no meio”.


Já a “outra zona com deficiente cobertura abrange as freguesias de Lousa e Cabeça Boa”, em Torre de Moncorvo, e a freguesia de Vila Nova de Foz Côa, no concelho homónimo.


No estudo, “realizou-se uma verificação, na ótica de utilizador, do desempenho de serviços móveis GSM, UMTS, LTE e NR, em toda a extensão nacional do rio Douro desde a Foz do Douro [Porto] até Barca d’Alva a bordo de embarcações”.


Foram realizadas 1.251 chamadas de voz, efetuados 1.219 testes de velocidade de ligação à Internet e realizados 101 407 registos de sinal rádio.


“Tendo em consideração apenas a presença ou ausência de sinal de rede, a MEO, NOS e Vodafone atingiram, respetivamente, 96,1%, 95,9% e 95,1% de registos com sinal de rede na maioria do percurso de medições realizado”, pode ler-se no documento.


Em termos de qualidade do sinal, o acumulado de “Muito Boa”, “Boa” e “Aceitável” perfez um total de 85,2% na MEO, 73,5% na Vodafone e 64,2% na NOS, mas “caso existissem acordos de ‘roaming’ nacional em Portugal a qualidade englobada dos três parâmetros aumentaria para 88,7%”, segundo a Anacom.


O serviço 4G “sobrepôs-se às outras tecnologias registando 45% a 53% do total de amostras (53,1% para a Vodafone, 47,2% para a MEO e 45,2% para a NOS)”, e o 5G “foi o segundo serviço com mais número de amostras, com valores compreendidos no intervalo de 17% a 40% (40,1% para a MEO, 37% para a NOS e 17,5% para a Vodafone)”.


Já no serviço de voz “o desempenho foi equilibrado, tendo a MEO conseguido o melhor resultado, seguida da Vodafone e por último a NOS, com respetivamente 93,8%, 92,8% e 92,6% de chamadas estabelecidas e concluídas com sucesso”.


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