A aldeia de Vilar de Amargo, em Figueira de Castelo Rodrigo, revive no sábado a tradicional “Queima do Entrudo”, que inclui o “caldo das viúvas” e a utilização de máscaras feitas com rendas e cortiça, foi hoje anunciado.
Segundo a Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, naquele dia, as mulheres estarão mascaradas de homem e os homens de mulher, “com rendas e máscaras de cortiça a esconder a face para que ninguém seja reconhecido nas pantominices que fazem aos outros”.
O presidente do município de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva, disse hoje à agência Lusa que o evento teve por base a tradição local quando, pelo Carnaval, “as pessoas cobriam o rosto com uma máscara feita de renda”.
Adiantou que a autarquia apoia a iniciativa porque “é uma tentativa de recuperar usos e costumes e tradições muito antigas que estavam esquecidos no baú”.
A celebração do Carnaval envolve toda a comunidade da aldeia de Vilar de Amaro e promete “muita alegria e animação”.
De acordo com a tradição, que foi recuperada no ano passado, “as viúvas, de negro, preparam o caldo apetitoso nas panelas de ferro que será servido para todos”, pelas 19:00.
O velório, a marcha fúnebre, a leitura do “sermão” e a queima tradicional do Entrudo são os “momentos altos” da celebração que também vai contar com oficinas de teatro e de música e uma exposição de rendas, entre outras ações de animação.
O programa começa pelas 10:00 de sábado, com a abertura da feira cultural das freguesias do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, e termina com um baile de máscaras, que terá início pelas 00:30.
A autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo lembra que o evento está a ser preparado desde o dia 14 de janeiro, com sessões aos domingos, realizadas na sede da Associação de Desenvolvimento Local – Terra do Lagarto, entidade que recuperou a tradição através de entrevistas recolhidas na comunidade e de relatos escritos na Monografia da aldeia de Vilar de Amargo.
A atividade comunitária também envolve o Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo, a Universidade Sénior, a Plataforma de Ciência Aberta, a Cooperativa Artística da Raia Beirã e a Associação Ribacudana.