Empresário quer revitalizar projeto vinícola que juntava cinco adegas do Douro Superior

O objetivo é agora revitalizar a antiga a União de Cooperativas Super Douro, criada há 21 anos e que juntava cinco adegas da sub-região vitivinícola do Douro Superior.

O empresário José Santos, que é também presidente da Adega de Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, pretende revitalizar um projeto vinícola que juntava cinco adegas do Douro Superior e que acabou por não seguir em frente.

Com um investimento de 5,5 milhões euros, foi criada a empresa EspadaCinta-Vinhos, sendo que o empresário detém 67% do capital e os restantes 33% são da Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, situada naquela vila do distrito de Bragança.

O objetivo é agora revitalizar a antiga a União de Cooperativas Super Douro, criada há 21 anos e que juntava cinco adegas da sub-região vitivinícola do Douro Superior.

“A participação da Adega de Freixo de Espada à Cinta no capital da nova empresa [EspadaCinta-Vinhos] resulta da revitalização da Super Douro, aprovada por unanimidade pelos associados, presentes na assembleia geral marcada para esta tomada de decisão, já que nunca é possível reunir os 700 associados desta instituição. A Adega de Freixo foi a única que aceitou o desafio deste projeto”, explicou à Lusa José Santos.

Assim, a Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, após decisão dos seus associados, juntou-se ao empresário lidera aquela cooperativa para, com um investimento de 5,5 milhões de euros, avançar com um projeto “inovador” que pretende colocar no mercado cerca de dois milhões de garrafas de vinho por ano.

“A Adega de Freixo de Espada à Cinta tem a sua capacidade de laboração praticamente esgotada. Com este projeto pretendemos prestar um melhor serviço aos vitivinicultores do concelho e do Douro Superior em geral”, frisou o responsável.

José Santos disse também que se trata de um projeto “ambicioso e inovador” no setor dos vinhos e para o qual está previsto criar 15 postos de trabalho diretos.

“O principal objetivo é colocar de novo em laboração as instalações do projeto da antiga União de Cooperativas Super Douro em benefício desta região, através da prestação de serviços aos viticultores e da criação de marcas próprias Douro Superior”, disse.

De acordo com José Santos, à aquisição das instalações já existentes, onde foram investidos três milhões de euros, vão somar-se cerca de 2,5 milhões para a remodelação das linhas de engarrafamento, cubas de armazenamento, maquinaria e outros equipamentos, através de uma linha de apoio do programa Compete 2020.

“Desta parceria, em que a maior fatia do capital investido é privado, resultou a empresa EspadaCinta-Vinhos, que está localizada na aldeia de Vale da Teja, no concelho de Vila Nova de Foz Côa (Guarda), que, para além de ter marca própria, pretende também ser uma prestadora de serviços aos viticultores do Douro Superior e atingir o engarrafamento de dois milhões de garrafas de vinho/ano”, explicou José Santos.

Esta nova empresa surge após um projeto iniciado há 21 anos, denominado por União de Cooperativas Super Douro, que juntava cinco adegas da sub-região vinícola do Douro Superior e que acabou por não vingar no mundo do vinho.

O empresário garante que aproveitou o potencial que reconhece à iniciativa anterior da criação de uma União de Adegas Cooperativas no Douro.

Para além do objetivo da prestação de serviços em áreas como o engarrafamento, embalamento, vinificação ou armazenamento de vinho, entre outros serviços, esta “super adega” tem já uma marca própria denominada EspadaCinta, que em pouco mais de quatro meses já colocou no mercado perto de 50 mil litros de vinho engarrafado ou em embalagem ‘bag in box’.

“Pretendemos ainda recuperar marcas que no passado fizeram parte do portfólio da Super Douro e colocá-las no mercado, como é o caso da Rupestre, entre outras”, enfatizou José Santos.

Por outro lado, as linhas de engarrafamento da empresa EspadaCinta têm uma capacidade para engarrafar seis mil garrafas de vinhos por hora ou 740 caixas ‘bag in box’ por hora. No que respeita ao potencial de armazenamento, a mesmo foi aumentado para uma capacidade de cerca de nove milhões de litros de vinho.

“São vários os produtores vitivinícolas da região do Douro que utilizam as nossas instalações para engarrafar, embalar ou armazenar os seus vinhos. Como estas instalações estão localizadas num território de grande produção de vinho, o nosso objetivo é dotá-las de capacidade de fermentação, o que já faremos na campanha de 2022”, justificou.

José Santos disse ainda que se trata de um projeto que está na sua fase inicial e que, a breve prazo, atingirá velocidade de cruzeiro com novos vinhos DOC, quer brancos, tintos ou reserva.

“Pretendemos fazer deste projeto uma referência vinícola em vinhos de mesa em toda a região demarcada do Douro. Contudo, o nosso principal negócio, como foi dito, é a prestação de serviços aos viticultores durienses”, vincou o gerente da nova empresa EspadaCinta-Vinhos e presidente da Adega de Freixo.


Conteúdo Recomendado