O estado de alerta entrou em vigor às 00h00 de domingo e tinha fim previsto para as 23h59 de hoje.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Eduardo Cabrita referiu que o estado de alerta se prolonga até ao fim do dia de sexta-feira.
Os distritos abrangidos pelo estado de alerta desde domingo são Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
“A previsão dos próximos dias aponta que até ao final da semana teremos condições atmosféricas difíceis. Agora fundamentalmente no centro e norte do país e que, ao longo da semana, irão evoluir também para a região de Lisboa e Vale do Tejo”, disse o ministro, justificando a manutenção do estado de alerta nestes 14 distritos.
Segundo Eduardo Cabrita, esta situação significa restrição de atividades, empenhamento de meios e de disponibilidade de todo o efetivo.
A situação de alerta implica ainda o reforço da prontidão dos meios e dos agentes que participam nas operações de prevenção e combate a incêndios rurais e a ativação das estruturas de coordenação, quer de nível nacional, quer nos distritos onde esta declaração se aplica.
Durante este período é proibida a realização de queimas e queimadas e o uso de fogo de artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”.
Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.
O ministro avançou que na segunda-feira deflagraram 139 incêndios e que nos últimos três dias ocorreram mais de três centenas de fogos.
Ao final da manhã de hoje quase dois mil operacionais combatiam 40 ocorrências de fogo, sendo o incêndio mais grave aquele que lavra há mais de 24 horas no concelho de Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, e que já passou para o distrito de Aveiro.
O comandante operacional nacional da ANEPC, Duarte da Costa, indicou que cerca de 800 operacionais estão a combater o incêndio que deflagrou na segunda-feira em Oliveira de Frades e a frente deste fogo, que está agora nos concelhos de Águeda de Sever do Vouga”, no distrito de Aveiro, é “muito grande”.
Duarte Costa estima que ao longo do dia se consiga controlar este incêndio, que na segunda-feira provocou a morte de um bombeiro da corporação de Oliveira de Frades enquanto combatia as chamas.
O comandante disse ainda que neste momento não existem povoações em perigo que exijam algum tipo de evacuação, uma vez que a frente do incêndio está a avançar numa zona despovoada e com mato.
Sobre os inquéritos que estão a ser feitos pela ANEPC à morte dos cinco bombeiros que ocorreram este ano durante o combate aos fogos, o ministro afirmou que ainda não há resultados finais.
Eduardo Cabrita precisou que “são inquéritos técnicos desenvolvidas pela ANEPC e as circunstâncias [da morte] são muito variadas”, desde o empenhamento operacional, inalação de fumos e acidentes cardiovasculares em teatro de operações.