A Câmara Municipal de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, aprovou um orçamento para 2020 no valor de 6,9 milhões de euros, idêntico ao de 2019, que é marcado por encargos com a dívida municipal.
O orçamento para o próximo ano foi aprovado por maioria na última reunião do executivo de Fornos de Algodres, presidido por Manuel Fonseca (PS), com os votos contra da vereadora eleita pelo PSD e de uma vereadora do PS.
Segundo o autarca socialista, o município de Fornos de Algodres aprovou “um orçamento muito limitado”, tendo em conta que possui uma dívida que ronda os 27 milhões de euros e o encargo anual com o seu pagamento é de 1,1 milhões de euros.
De acordo com o Anuário dos Municípios Portugueses Fornos de Algodres, está em rutura financeira, por o valor da sua dívida ultrapassar em três vezes a média da receita corrente líquida cobrada nos três exercícios anteriores, ocupando o primeiro lugar da lista com uma dívida total em 2018 no valor de 27,7 milhões de euros.
No próximo orçamento municipal, as prioridades da autarquia vão para “os encargos com a dívida” e para “os encargos com pessoal” (2,1 milhões de euros), de acordo com Manuel Fonseca.
Em relação a “grandes obras” para o próximo ano, o socialista destacou à agência Lusa a requalificação da escola do ensino básico de Figueiró da Granja, que tem destinada uma verba de 440 mil euros.
Ainda na educação, o orçamento camarário de Fornos de Algodres destina 250 mil euros para os transportes escolares e para as refeições dos alunos do concelho.
No orçamento para 2020, a autarquia inclui uma verba de cerca de 80 mil euros para o arranque das obras de requalificação do Mercado Municipal (uma intervenção para continuar em 2021) e o valor de 50 mil euros para o início da construção de uma área de acolhimento empresarial em Juncais.
A autarquia liderada por Manuel Fonseca também vai prosseguir com o programa de Apoio à Ovinicultura e à Bovinicultura, com o objetivo de dinamizar o setor agrícola e pecuário.
“Temos também uma preocupação social bastante grande, no sentido de ajudar qualquer pessoa que passe por dificuldades. A Câmara Municipal nunca lhes fecha as portas e vamos tentando resolver essas questões, pois são pessoas que, muitas vezes, não têm dinheiro para recuperar as casas e nós vamos fazendo algumas intervenções”, justificou.
Na opinião de Manuel Fonseca, o orçamento municipal de Fornos de Algodres para o próximo ano “é muito rigoroso, tem em conta os custos fixos da Câmara (encargos com pessoal e pagamento da dívida) e privilegia a satisfação das necessidades básicas da população do concelho”.
“Não é fácil fazer orçamentos enquanto tivermos que satisfazer as necessidades básicas da população e não deixar dívida”, concluiu.
O orçamento para 2020 vai ser discutido na próxima reunião da Assembleia Municipal de Fornos de Algodres.
