“O que defendemos em primeira instância é uma gestão mais eficiente, mas também estamos disponíveis para assumirmos essa gestão, desde que a administração central transfira os respetivos meios financeiros”, afirmou em declarações à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira.
Uma reivindicação subscrita por Filipe Camelo, presidente da Câmara de Seia, que, tal como o autarca da Covilhã, participou recentemente numa reunião em que foi analisada a questão do encerramento das estradas da Serra da Estrela, designadamente do acesso ao maciço central.
De acordo com estes autarcas, foi-lhes transmitido “um conjunto de informações que, a confirmarem-se, apontam para situações anómalas e de uma gestão desadequada”.
“A ser verdade, não se compreende que as estradas só comecem a ser limpas às 10 horas, mesmo que tenha nevado toda a noite, ou que os trabalhadores almocem todos à mesma hora, em vez de o fazerem por turnos”, apontou Vítor Pereira.
Do outro lado da Serra, Filipe Camelo lembra que também existe a informação de que a estrada do acesso ao maciço central poderia estar aberta à circulação rodoviárias mais vezes.
“Não queremos pôr em causa a segurança das pessoas e aceitamos que quando não há outra forma a estrada seja encerrada, mas também não faz sentido que as pessoas sejam impedidas de subir até ao topo, mesmo quando tal seria possível”, frisou.
Filipe Camelo e Vítor Pereira dão como exemplo o dia da reunião, garantindo que, à semelhança do que eles fizeram num veículo autorizado, outros visitantes poderiam ter atravessado a montanha, desde que circulassem com veículos adequados e equipados com correntes de neve.
Perante a situação, os dois autarcas concluem que é preciso “uma gestão mais racional e que adeque, quando possível, as expectativas dos visitantes aos circunstancialismos do tempo”.
Para darem conta destas reivindicações, os autarcas já solicitaram uma reunião ao diretor da empresa Estradas de Portugal (EP) responsável pela gestão do Centro de Limpeza de Neve.
Contactada pela agência Lusa, a EP esclareceu que o “Centro de Limpeza de Neve está em permanente funcionamento, ou seja, 24 horas por dia”, e que os funcionários trabalham “divididos em dois turnos”.
Em resposta enviada por escrito às questões apresentadas pela Lusa, acrescenta que “em alturas de agravamento das condições invernais as duas equipas são totalmente mobilizadas, respeitando obviamente os horários determinados para a garantia da operacionalidade da via, bem como a segurança dos colaboradores”.
“Com o é facilmente percetível, uma eventual abertura na parte da manhã implicou, com toda a certeza, a intensa laboração de colaboradores e equipamentos durante toda a noite. De outra forma não seria possível”, fundamenta.
A EP também refere que o centro garante “a gestão prioritária da limpeza das vias” e que as “condições de abertura só são transmitidas às forças policiais quando, e só, se estiverem reunidas as condições de segurança de circulação”.