“Com esta linha, os concelhos da Covilhã, Belmonte, Sabugal e da Guarda, ficam mais perto entre si e ficam também mais perto dos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto”, disse o secretário de Estado Jorge Delgado.
O governante, que falava na sessão de abertura do seminário ‘online’ promovido pela Infraestruturas de Portugal (IP) sobre a reabertura à circulação ferroviária do troço Covilhã – Guarda na Linha da Beira Baixa, considerou tratar-se de um investimento de “enorme importância para o interior do país e para a coesão territorial”.
Segundo o secretário de Estado das Infraestruturas, por esta via, os territórios veem aumentadas as condições de atratividade e de fixação de pessoas, “elementos potenciadores do desenvolvimento económico regional e contributo fundamental para que estes territórios se tornem focos de desenvolvimento do interior do país”.
O governante lembrou que o investimento, realizado no âmbito do corredor internacional do norte “tem uma dimensão nacional, pois contribuirá para melhorar a ligação ferroviária do norte e do centro do país com a Europa”.
O diretor de Empreendimentos da IP, José Carlos Clemente, que referiu alguns aspetos do investimento e falou da importância da Linha da Beira Baixa na Rede Ferroviária Nacional, adiantou que entre os benefícios verifica-se uma redução do tempo de viagem em cerca de 40% face à data do encerramento do troço, em 2009.
Segundo o responsável, “a abertura ao serviço comercial” do troço Covilhã-Guarda, está prevista para o próximo domingo.
O seminário incluiu um painel sobre “As oportunidades criadas pela Linha da Beira Baixa”, com a participação dos presidentes dos municípios da Covilhã, Belmonte e Guarda.
O presidente da autarquia da Covilhã, Victor Pereira, reconheceu que a ferrovia “é um fator determinante para o desenvolvimento da Beira Interior” e representa “uma boa alternativa” ao transporte individual no eixo Guarda/Belmonte/Covilhã/Fundão/Castelo Branco.
No entanto, disse que “é preciso uma cadência maior de comboios” para servir as populações da melhor forma.
O autarca de Belmonte, António Dias Rocha, assumiu que o comboio pode passar a ser o transporte de alunos e de trabalhadores, mas os horários deverão “ser ajustados aos respetivos horários escolares e laborais”.
O responsável deseja que a reabertura do troço ferroviário contribua para melhorar as condições de vida da população, para a fixação de pessoas e de empresas.
Carlos Chaves Monteiro, presidente da autarquia da Guarda, após reconhecer que a reabertura da Linha da Beira Baixa na ligação Guarda-Covilhã é “uma mais-valia para o território”, alertou que os tempos de ligação entre as duas cidades possa “colocar em risco, de alguma forma, a sustentabilidade do sistema”.
A cerimónia do ato de consignação da empreitada e do lançamento dos trabalhos, que incluíram a construção da Concordância das Beiras, troço de ligação entre a Linha da Beira Alta e a Linha da Beira Baixa, decorreu em 05 de março de 2018, na Covilhã.
O investimento total no projeto de modernização deste troço foi de cerca de 77 milhões de euros, 52 milhões dos quais respeitantes à obra física, que permitirá reabrir um troço que estava fechado desde 2009.
A obra integrou, entre outros trabalhos, a renovação integral de 36 dos 46 quilómetros do troço (dez já estavam intervencionados), bem como a reabilitação de seis pontes centenárias, a remodelação de estações e apeadeiros, drenagem e estabilização de taludes e a iluminação e automatização e supressão de passagens de nível.