O Parque Arqueológico e o Museu do Côa assinalam até terça-feira a passagem de duas décadas sobre a revelação da Arte do Côa, que em 1994 provocou uma polémica cultural e política que ultrapassou as fronteiras nacionais.
“Para comemorar a efeméride foi preparado um programa evocativo, do qual se destaca a reabertura ao público da sala D do MC, ultrapassados que foram os condicionalismos técnicos que levaram ao seu encerramento”, referiu, nas cerimónias, o diretor regional de Cultura do Norte, António Ponte.
Mantendo o espírito da história que se conta no MC, esta sala continuará dedicada ao chamado “santuário arcaico paleolítico” da Penascosa/Quinta da Barca.
Segundo o diretor do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), Martinho Batista, está sala é onde melhor se explica o período mais antigo da Arte do Côa e o aspeto mais figurativo da mesma arte.
“De facto é uma pena que esta sala tenha estado fechada ao longo de tanto tempo e aproveitámos esta oportunidade para a reabrir, já que foi completamente reformulada”, frisou.
Na sala estão colocadas réplicas de gravuras rupestres do Paleolítico Superior únicas no mundo. Caso a barragem no rio Côa fosse construída, como previsto em 1996, estes elementos ficariam submersos a mais de 50 metros de profundidade.
“O PAVC e o MC estão finalmente implantados na região de uma forma decisiva, sendo um sítio incontornável para o desenvolvimento da região e para a investigação arqueológica. Se não estamos 100% satisfeitos, andamos lá perto”, frisou o também arqueólogo.
A remodelação da sala D foi financiada por fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) através do programa Novo Norte (ON2).
O museu abriu as portas em julho de 2010, 15 anos depois da polémica e com um investimento de cerca de 17 milhões de euros.