Liga dos Bombeiros pede relatório a fogo da Serra da Estrela

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu ontem, 17 de agosto, à margem de uma reunião com a Associação dos Voluntários da Marinha Grande, que seja realizado um relatório ao incêndio da serra da Estrela. ”Não nos esquecemos que em 2017 se passou uma coisa semelhante àquela que se está a passar na […]

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu ontem, 17 de agosto, à margem de uma reunião com a Associação dos Voluntários da Marinha Grande, que seja realizado um relatório ao incêndio da serra da Estrela.


”Não nos esquecemos que em 2017 se passou uma coisa semelhante àquela que se está a passar na serra da Estrela e o único elemento que está no banco dos réus, que no dia 13 de setembro vai ouvir a sua sentença, é o senhor comandante Augusto Arnaut dos Bombeiros de Pedrógão Grande”, afirmou António Nunes, ao acrescentar que, por isso, a LBP pediu “um relatório, não um relatório qualquer, um relatório de aprendizagem”.


“Temos de ter uma abordagem aos incêndios diferente. O relatório que irá ser feito, se for feito, o dirá”, afirmou, ao garantir que o objetivo do relatório não é para “cortar a cabeça A, B ou C”.


“Isso não é o nosso problema. Esse é um problema político. Nós só temos o nível técnico e não queremos que volte a acontecer isto [um comandante arguido]. Posso garantir que com este executivo da Liga não vai acontecer isso. Quem tem que ir a julgamento é o sistema”, que “não está bem”, adiantou.


António Nunes lamentou ainda que os bombeiros “já estejam a ser bodes expiatórios”.


Em “algumas das reportagens, já se diz que os bombeiros não estiveram lá”, mas “esquecem-se de dizer que houve colunas de bombeiros que estiveram duas, três ou quatro horas à espera para lhes ser atribuída a missão”.


“E mais uma vez, o sistema provou que não tem capacidade para poder funcionar com estas situações”, reforçou, ao defender, uma vez mais, a criação de um comando dos bombeiros.


O dirigente considerou também ser “cedo” para afirmar o “que é que está a falhar”, mas apontou as “condições meteorológicas adversas, com seca, vento, e humidades relativas baixas”, o que leva a que “qualquer ignição” seja “quase um grande incêndio” e a falta de limpeza dos aceiros, como um cenário favorável aos fogos.


Abordando o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) o presidente da LBP adiantou que esta rede “não é infalível”, como “o não é nenhuma rede de comunicações”.


“Qualquer rede de comunicações tem zonas de sombra. Ter 100% de operacionalidade representa investimentos que nenhum país faz. Portanto, o que tenho é que saber que daqui não falo, mas que se for 20 passos para a frente, consigo falar”, disse, sugerindo que haja planos de comunicações, para que os comandantes dos bombeiros conheçam as zonas de sombra nas suas áreas territoriais.


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