Incêndios: Eurodeputado Álvaro Amaro questiona Bruxelas sobre “situação catastrófica”

O eurodeputado explicou que se associou aos autarcas da serra da Estrela porque pretende auxiliar no que for necessário.

O eurodeputado Álvaro Amaro vai perguntar à Comissão Europeia se reconhece a “situação catastrófica” em diversos territórios europeus devido aos incêndios e se equaciona “lançar alguma iniciativa específica com caráter de urgência” para apoio às regiões afetadas.


O social-democrata Álvaro Amaro anunciou hoje, 5 de setembro, que, na terça-feira, juntamente com os restantes eurodeputados do seu partido, vai questionar a Comissão Europeia sobre se, “no seguimento dos fenómenos climáticos extremos” que o continente tem experimentado, reconhece “a situação catastrófica que diversos territórios europeus vivenciam”.


O eurodeputado e antigo presidente da Câmara da Guarda acrescentou que, em caso afirmativo, perguntará se a Comissão Europeia prevê “lançar alguma iniciativa específica com caráter de urgência para apoio às regiões afetadas e, numa perspetiva de médio e longo prazo, o lançamento de uma estratégia comum a nível europeu para os fogos florestais e seca”.


Álvaro Amaro fez hoje o anúncio aos jornalistas, na Quinta da Taberna, na freguesia de Videmonte, concelho da Guarda, na presença de representantes de concelhos afetados pelos incêndios no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), para preparação de um conjunto de iniciativas no âmbito das instituições europeias para minimizar os prejuízos causados pelas chamas.


Estiveram presentes os presidentes dos municípios de Guarda (Sérgio Costa) e de Manteigas (Flávio Massano), o vereador José Oliveira do município da Covilhã e Hugo Teixeira, coordenador municipal de proteção civil do município de Gouveia, entre outros responsáveis locais.


O eurodeputado explicou que se associou aos autarcas da serra da Estrela porque pretende auxiliar no que for necessário e, ao mesmo tempo, “ajudar o Governo português a que seja célere e eficaz” nas ações de recuperação do território afetado pelas chamas.


“Há muitas ações que, se não forem feitas nos próximos três a quatro meses, muito se vai perder da fauna e da flora, aqui nesta serra”, justificou, lembrando que a eficácia dos autarcas é importante porque o Estado é “muito preguiçoso”.


Referiu que a região tem sido visitada por “muito Governo, e bem”, mas apelou aos autarcas para que, na próxima visita, levem os seus membros “a ver as devastações” no terreno.


Disse que no domingo e hoje visitou algumas áreas ardidas na área do PNSE, nos concelhos de Gouveia e da Guarda, e considera que, do ponto de vista turístico, “é muito importante” continuar a promover a serra.


“Precisamos da solidariedade de todos e precisamos da eficácia de todos. (…) Eu quero muito, muito, muito, em tudo o que eu puder, ajudar, também, a limpar as lágrimas de tanto quanto a serra chorou. E eu também chorei”, rematou.


O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, disse aos jornalistas que os autarcas agradecem “a todas e a todos” que se queiram associar “à luta” pela defesa do território, pela reabilitação pós-incêndio e na criação do plano de revitalização.


“Juntos, todos, seremos sempre mais fortes. É essa velha máxima que aqui também se aplica, muito para além das cores político-partidárias(…). É o território que nos une e nós, que estamos cá, queremos muito que todos se possam associar e ajudar à reabilitação, à recuperação, à reconstrução deste nosso Parque Natural”, disse o autarca independente.


A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã e que foi dado como dominado no dia 13.


O fogo sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 do mesmo mês, à noite.


As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.


No dia 25, o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para o PNSE, afetado desde julho por fogos, conforme pedido pelos autarcas dos territórios atingidos.


A situação de calamidade foi já publicada em Diário da República e vai vigorar pelo período de um ano, para “efeitos de reposição da normalidade na respetiva área geográfica”.


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