Câmara da Covilhã volta a defender ideia dos túneis na Serra da Estrela

O presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, voltou hoje a defender a construção dos túneis na Serra da Estrela, apesar de assumir que será difícil “neste momento e dada a atual conjuntura económico financeira”.

“Continuamos a defender a necessidade desta obra e isso é o que considero desejável, mas também tenho consciência de que tal não é compaginável com o atual Quadro Económico de Apoio ou com as diretrizes emanadas por Bruxelas. Ainda assim, acho que esta é uma questão que nunca devemos deixar cair”, afirmou, em declarações à agência Lusa.

O autarca defendeu que a concretização desta antiga aspiração da região é “uma questão de coesão territorial” e de “inteira justiça” para com a Beira Interior.

“O argumento de que há estradas a mais em Portugal não colhe porque só temos muitas estradas no Litoral. Aqui, continuamos a enfrentar problemas nesse domínio”, afirmou.

Segundo referiu, “no futuro e quando a economia estiver melhor” têm de se “criar as condições” para que o projeto dos túneis seja posto em prática, ainda que a localização ou as formas de financiamento possam ser discutidas e repensadas.

O presidente deste município serrano lamentou ainda as afirmações do presidente da empresa Estradas de Portugal, que, na quinta-feira, afastou a possibilidade de construção dos túneis, recordando que a mesma não está contemplada no plano de investimentos para os próximos cinco anos.

De visita ao Centro de Limpeza de Neve dos Piornos, António Ramalho disse aos jornalistas que o investimento seria superior a mil milhões de euros e referiu que em Portugal há outras prioridades.

Declarações que Vítor Pereira classificou hoje como “infelizes” e “desajustadas”, fundamentando que cabe “aos eleitos pronunciarem-se sobre esta matéria”.

A construção dos túneis na Serra da Estrela é há muito reivindicada na Beira Interior e não está relacionada com o pedido de outras soluções para o acesso ao maciço central, mas sim com o atravessamento da montanha através de túneis que ligariam duas encostas, designadamente entre os concelhos da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e de Seia e Gouveia (distrito da Guarda).


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