Na edição de 2020, o evento arranca no dia 10 com uma exposição de homenagem a Silvestre Pestana, poeta, artista plástico e performer, no Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, no ano em que esta unidade museológica também comemora 10 anos.
Silvestre Pestana nasceu em 1949 no Funchal, Madeira, e criou desde os finais da década de 60 do século passado uma obra singular através de uma grande diversidade de disciplinas.
A bienal prolonga-se depois até 31 de outubro com a realização de 16 exposições, conferências e oficinas, contando com a participação de 625 artistas, oriundos de 64 países, e com a exposição de 1.300 obras em 10 localidades do Norte de Portugal.
A Bienal Internacional de Gravura do Douro nasceu em 2001, pelas mãos de Nuno Canelas, natural de Alijó, com a ambição de descentralizar a cultura e promover a arte da gravura.
“A Bienal do Douro tem vencido os desafios da interioridade, da crise económica, da crise cultural, da própria crise da gravura e tem sabido manter vivos os pressupostos da arte e a autonomia da gravura no contexto da arte contemporânea”, afirmou Nuno Canelas, diretor e curador do evento.
Para o organizador, “a evolução desde a sua origem em 2001, colocam-na hoje num patamar inimaginável a par das mais importantes bienais do mundo”.
A organização disse ainda que a Bienal do Douro “é a única de obra gráfica do país e representa a gravura tradicional bem como as renovadas tendências da gravura digital e dos novos media”.
O Museu do Douro, com sede no Peso da Régua, é uma das instituições que tem apoiado o evento.
“Ter no Douro a bienal da gravura, desde que se iniciou este ciclo, foi dar possibilidade de uma abertura do Douro a novas perspetivas e a manifestações de arte diferenciadoras, em que as obras de grandes artistas como, Antoni Tàpies, Gil Teixeira Lopes, Nadir Afonso, David de Almeida, Bartolomeu do Santos, Júlio Pomar, José de Guimarães entre muitos, foram dadas a conhecer”, referiu o diretor daquele museu, Fernando Seara.
Para o responsável, “talvez fizesse sentido perspetivar um espaço, uma coleção, que possa permanecer no Douro, garantindo que um maior número de pessoas possa ter acesso a uma forma de arte tão pouco divulgada no país”.
Também a Quinta do Portal, localizada em Celeirós, concelho de Sabrosa, volta a associar-se à Bienal de Gravura do Douro disponibilizando o armazém de envelhecimento de vinhos, uma obra desenhada por Siza Vieira, para acolher uma das 16 exposições que integram o programa desta edição.
O evento vai espalhar-se ainda por Alijó, Bragança, Chaves, Favaios (Alijó), São Martinho de Anta (Sabrosa), Vila Nova de Gaia e Vila Real.