OMT apela a destinos que considerem necessidades dos viajantes portadores de deficiência

A Organização Mundial de Turismo (OMT) pede que os destinos reconheçam as necessidades dos viajantes portadores de deficiência, à medida que retomam o setor.

Em articulação com a ONCE Foundation e com a Rede Europeia de Turismo Acessível (ENAT), a agência especializada das Nações Unidas publicou um novo conjunto de diretrizes destinadas a garantir a acessibilidade a todos os visitantes.

De acordo com os dados mais recentes da OMT, 40% dos destinos mundiais já aliviaram as restrições de viagem introduzidas em resposta à Covid-19. Agora, com a constante retoma do turismo, a OMT uniu-se a organizações de pessoas com deficiência e organizações de toda a sociedade civil para elaborar um conjunto básico de recomendações destinadas a manter o espírito de “Turismo acessível a todos” nesta nova realidade .

Acessibilidade significa oportunidade

O guia “Reabrir o turismo para viajantes com deficiência” indica quais as ofertas dos destinos para atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência ou com requisitos específicos de acesso. O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, afirmou que “muito progresso foi feito para tornar o turismo mais acessível a todos. Ao orientarmos a retoma responsável do turismo, devemos garantir que esse progresso não seja revertido. Em vez disso, deve ser intensificado, pois beneficiará a todos. Essas diretrizes, produzidas em colaboração com a ONCE Foundation e a ENAT, mostram que medidas simples e bem pensadas podem fazer uma diferença real para os viajantes e, em troca, permitem que os destinos recebam essa ampla e diversificada enquanto procuram recuperar da crise”.

Diretrizes para todo o setor

As Diretrizes são um conjunto de recomendações básicas destinadas aos diferentes setores ​​que trabalham em toda a cadeia de valor do turismo. Todos eles visam ajudar as partes interessadas, incluindo fornecedores de alojamentos, bares, restaurantes e postos de turismo, a adaptarem-se às novas exigências sanitárias sem reduzir a acessibilidade. As recomendações abrangem quatro áreas diferentes:

- Protocolos e planeamento de viagens: Inclusão de medidas para garantir uma experiência tranquila e tornar as informações relevantes disponíveis e acessíveis a todos
- Transporte: Inclusão da importância de formação nos funcionários, ajustando protocolos para passageiros com necessidades especiais ou requisitos de acesso em aeroportos e estações, bem como garantia e manutenção higiénica de equipamentos de mobilidade
- Alojamento, bares e restaurantes: Atender às diferentes necessidades dos clientes, garantindo distanciamento social e melhorando os procedimentos de higiene em todos os estabelecimentos relacionados ao turismo
- Atividades turísticas: Inclusão de recomendações para ajudar os destinos e atrações a adaptar protocolos existentes, levando em consideração problemas de acessibilidade relacionados a filas, medidas de saúde e segurança e a capacidade de novos locais de reunião

Annagrazia Laura, presidente da ENAT, considera que “ao aplicar essas diretrizes práticas para controlar a covid-19, garantindo a acessibilidade e a inclusão, acredito que os prestadores de serviços de turismo possam contribuir com os esforços globais para reinspirar a confiança entre os consumidores. Essas recomendações, sem dúvida, beneficiam turistas e empresas e destinos turísticos”.

Por seu turno, Alberto Durán, vice-presidente da Fundação ONCE, “o turismo é um setor essencial ao qual dedicamos grandes esforços para que todas as pessoas se possam divertir. É essencial que aproveitemos esse momento de mudança para que todos os atores saibam levar em conta as pessoas com deficiência e suas famílias, para que não sejam deixadas de parte. Eles também serão clientes que ajudarão as empresas a progredir. É um momento de desafios e oportunidades para todos”.


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