Autárquicas/Guarda: Sete candidaturas disputam Câmara gerida pelo PSD desde 2013

Numa ‘corrida’ eleitoral que tem sete candidatos, o PSD continua determinado em manter-se no poder e o PS volta a tentar recuperar o município da Guarda, que geriu desde as primeiras eleições autárquicas (1976) até 2013.

Nesse ano, o PSD ganhou as eleições na Guarda com o candidato Álvaro Amaro, que repetiu a vitória em 2017.

Nas eleições autárquicas de 2013, Álvaro Amaro, que liderou a coligação PSD/CDS-PP, foi eleito presidente da Câmara Municipal da Guarda por maioria absoluta, com 51,43% dos votos e cinco mandatos autárquicos. O PS, que candidatou o advogado José Martins Igreja, conseguiu 30,39% e a eleição de dois vereadores.

Há oito anos, o PSD acabou por beneficiar com a divisão ocorrida no PS, quando Virgílio Bento abandonou o partido e apresentou uma candidatura independente que, depois, não chegou a concretizar-se por decisão judicial.

Quatro anos depois, em 2017, Álvaro Amaro, que concorreu apenas pelo PSD, obteve uma vitória ‘histórica’, com 61,20% dos votos e cinco mandatos autárquicos, e o PS, que candidatou o antigo autarca de Seia Eduardo Brito, obteve 23,35% e elegeu dois vereadores.

Nas eleições deste ano, visando manter o poder, o PSD candidata o atual autarca Carlos Chaves Monteiro, de 52 anos, licenciado em Direito, que substituiu Álvaro Amaro na presidência da Câmara da Guarda quando este foi para o Parlamento Europeu.

No entanto, após a saída de Álvaro Amaro da presidência da autarquia, em abril de 2019, o social-democrata Sérgio Costa, que assumiu a vice-presidência, entrou em ‘rota de colisão’ com Carlos Chaves Monteiro e em março de 2020 passou a vereador sem pelouros.

Em maio deste ano, Sérgio Costa abandonou o partido e a liderança da concelhia do PSD, passou a vereador independente e assumiu a candidatura, também como independente, à liderança do município da cidade mais alta do país, por discordar da escolha do candidato, uma vez que a estrutura concelhia tinha indicado o seu nome.

Com a demissão de Sérgio Costa, de 45 anos, engenheiro mecânico, o PSD perdeu a harmonia que existia desde 2013.

E se o PSD está determinado em manter a liderança na autarquia da Guarda, com a continuidade do atual presidente, o PS, que candidata o diretor do Estabelecimento Prisional local, Luís Couto, quer recuperar o antigo ‘bastião’ socialista, aproveitando alguma fragilidade dos sociais-democratas.

Luís Couto, natural da freguesia de Famalicão da Serra, Guarda, de 63 anos, candidata-se como independente pelo PS.

O Chega, que se estreia em eleições autárquicas, candidata Francisco Dias, de 61 anos, licenciado em Gestão de Empresas e técnico superior no município.

A maior autarquia do distrito da Guarda conta ainda com as candidaturas do CDS-PP (enfermeiro Pedro Narciso, de 40 anos), do BE (professor e ex-presidente do instituto politécnico local Jorge Mendes, 64 anos) e da CDU – PCP/PEV (enfermeiro e sindicalista Honorato Robalo, 51 anos).

O município da Guarda faz parte da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e possui uma superfície de 712 quilómetros quadrados.

De acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, o município possui uma população residente de 40.155 (em 2011 eram 42.541).

Em 2020, de acordo com dados disponibilizados pela plataforma Eyedata, o concelho registava 23,46% de idosos com 65 anos ou mais.

Segundo a mesma fonte, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era, em 2019, no valor de 1.100,50 euros (contra cerca de 1.207 de média nacional), e o número de médicos por mil habitantes, em 2020, estava em 7,67 (a médica nacional era de 5,56.


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