Autárquicas/Guarda: Honorato Robalo (CDU) quer representar os trabalhadores no executivo

O enfermeiro e dirigente sindical Honorato Robalo é o candidato da CDU (PCP/PEV) à liderança da Câmara da Guarda nas eleições autárquicas para ser “o digno representante dos trabalhadores” no novo executivo municipal.

Honorato Robalo, de 51 anos, é natural da Freguesia da Sé (Guarda), mas cresceu no mundo rural, com ligações à freguesia de Benespera e à vila de Gonçalo, no mesmo concelho.

O enfermeiro especialista na Unidade Local de Saúde da Guarda, dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e dirigente da União dos Sindicatos da Guarda/CGTP-IN, que está ligado ao PCP desde dezembro de 1982, candidata-se pela primeira vez pela CDU à presidência do município da Guarda, que é liderado desde 2013 pelo PSD.

Sobre as razões que o motivam a ser candidato a presidente da Câmara da Guarda, esclarece: “A primeira decorre de uma decisão coletiva que endereçou o convite, a segunda aprofunda-se na minha militância ao serviço dos trabalhadores, inclusive, considero-me, com alguma modéstia, o digno representante dos trabalhadores no executivo municipal da Guarda”.

A CDU apenas tem um eleito na Assembleia Municipal, mas, caso seja eleito presidente da autarquia (atualmente liderada por Carlos Chaves Monteiro, do PSD), a principal preocupação de Honorato Robalo seria “servir o bem público e fomentar a capacidade instalada com os recursos humanos disponíveis do município, acabar com todas a concessões aos privados que potenciam dificuldades no controle e, sobretudo, demonstram um decréscimo da qualidade do serviço prestado anteriormente pelos trabalhadores do município”.

“Se for eleito, a minha divisa será fomentar o diálogo e convergência de vontades de construção e transformação a bem dos munícipes, mas com balizas determinantes de não estar refém de interesses imobiliários e que as decisões tomadas pelo executivo sejam para servir a maioria e não minorias de poderes menos democráticos”, indica à agência Lusa.

E, se tal acontecesse, a primeira medida a tomar seria “valorizar todas as carreiras profissionais, com conteúdos funcionais bem definidos, e acabar com a dispersão da generalização de ditas carreiras genéricas de assistentes operacionais, técnicos e superiores”.

Nas bases do programa eleitoral do candidato da CDU à liderança do município da Guarda estão “eixos fundamentais no que concerne à mobilidade dos munícipes dentro e fora do concelho e a relevância da gestão do território para fomentar a fixação de pessoas nas aldeias”.

Reivindicar do poder central “outro caminho de investimento com vista à necessária coesão social e territorial”, sublinhar a importância da água e do saneamento “acessível a todos e a preços justos, e que o município continue a deter a responsabilidade na gestão e exploração em baixa” são outras das suas ‘bandeiras’.

Honorato Robalo considera também urgente encerrar a malha urbana em termos viários e “fomentar uma aposta clara no transporte público” que “sirva quem trabalha”.

“Os vetores da cultura, património e turismo não podem estar desligados de uma área fundamental que é a agricultura e [é preciso] fomentar os produtos endógenos. A rentabilização dos espaços culturais como vetores da criação artística local e fomentar a profissionalização dos recursos, estes fundamentais para aumentar a criação artística com origem no nosso território”, acrescenta.

Honorato Robalo, que iniciou a militância política na JCP, quando era aluno da Escola Afonso de Albuquerque, tem passatempos que “são circunscritos” à dimensão familiar e à militância sindical e política.

O enfermeiro assume que já teve uma maior intervenção cívica no domínio associativo, mas no presente é “apenas sócio de organizações profissionais quer na área da emergência pré-hospitalar, quer no domínio da Associação de Enfermeiros Especialistas de Enfermagem Médico-Cirúrgica”.

“A minha militância política e sindical absorve-me uma parte da minha existência, quer enquanto dirigente nacional do SEP, quer enquanto dirigente da USG/CGTP-IN”, conclui.


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