Em declarações à agência Lusa, o diretor do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PACV), António Martinho Batista, disse que a informação foi avançada na terça-feira pelo diretor do Museu de Ulsan e que os números apresentados são bastante animadores.
O também arqueólogo acrescenta que os sul-coreanos se mostraram interessados pela Arte do Côa, pelo facto de tratar de Património Mundial classificado pela Unesco, havendo já contactos com outros países asiáticos para mostras semelhantes.
A exposição de arte rupestre abriu portas em 01 de setembro e termina a 20 de dezembro.
“A porta do mercado oriental está em aberto, e as relações com a Coreia do Sul são bastante boas. No próximo ano, o Museu do Côa receberá uma exposição da arte rupestre proveniente da desta região do globo”, acrescentou o responsável pelo PAVC.
Está é “primeira grande exposição dedicada ao Vale do Côa além-fronteiras”, tendo sido concebida a pensar propositadamente no público de Ulsan, cidade do sudeste da Coreia do Sul onde se situa o sítio arqueológico de Bangu-Dae, com gravuras de um período entre 6.000 e 1.000 antes de Cristo (a.C.).
“Com cerca de 1,1 milhões de habitantes, Ulsan foi um importante centro da pesca à baleia, atividade que terá começado na Idade da Pedra, por volta de 6.000 a.C., conforme atestam as descobertas arqueológicas feitas na região”, explicaram os investigadores do Museu e do Parque Arqueológico do Vale do Côa.
Segundo Antonio Martinho Batista, há contactos com outros países para a realização de exposições semelhantes, como é o caso de França.
Os responsáveis pelo Museu do Côa garantem que 20% do total de visitantes do Vale do Côa são estrangeiros, sinónimo de que este valioso património mundial pode e deve ser incluído nas rotas mundiais de turismo.
“O Vale do Côa e o seu património constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica de ar livre, pelo que temos vindo a desenvolver um esforço de promoção, com o objetivo de atrair cada vez mais visitantes”, salientam.
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade em 1998, o Vale do Côa é considerado pelos especialistas “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre”.