Unidade de Cardiologia de Intervenção vai ser criada na Covilhã

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou na passada sexta-feira a criação de uma Unidade de Cardiologia de Intervenção na Covilhã, estrutura que põe fim à “zona cinzenta” que existia nesta região na resposta a doentes cardíacos agudos.

“É demasiado importante aqui ter uma unidade que responda às necessidades agudas de doentes cardíacos, que precisam de angioplastia primária e naturalmente que têm de ter uma resposta em tempo útil”, afirmou o governante, numa sessão realizada no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), que acolherá a nova unidade.

Adalberto Campos Fernandes salientou que espera que a nova unidade esteja pronta até ao final do verão e lembrou que nesse momento está completa a rede nacional de unidades de cardiologia de intervenção.

Segundo especificou, este investimento, cujo montante poderá rondar entre um milhão a dois milhões de euros, enquadra-se numa estratégia do reforço do investimento que a tutela está a levar a cabo em equipamentos e infraestruturas e é também exemplo de que o “Governo considera o Interior uma prioridade política”.

“O empenho do Governo é total para darmos a esta região do país, não apenas ao CHCB, mas a todo o Interior, a valorização e as condições de vida que aqueles que vivem merecem”, salientou, sublinhando que o país não pode continuar a ser um território “desequilibrado”.

A presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Rosa Reis Marques, frisou a importância desta nova unidade, uma vez que esta região da Beira Interior “era a única zona do país sem acesso a angioplastia primária em tempo útil”, procedimento que “é a melhor forma de tratamento do enfarte agudo do miocárdio”.

Segundo disse, todos os anos são feitas cerca de 600 intervenções coronárias e 1.000 cateterismos em doentes provenientes do CHCB e dos hospitais de Castelo Branco e da Guarda, situação que passa a evitar-se, bem como as “deslocações onerosas” e as “complicações que podem decorrer de um transporte demorado de um doente instável”.

Mais-valias que também são apontadas pelo presidente do conselho de administração do CHCB, João Casteleiro, que destacou que esta é “a concretização de um projeto absolutamente estratégico para toda a região”.

“Isto não é um projeto só do CHCB, é um projeto nacional. Esta era a única zona de sombra nesta área da cardiologia e, portanto, naturalmente, que isto é um projeto que interessa a todo o país”, sublinhou.

Presente na cerimónia, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, também se mostrou satisfeito com a resposta a uma reivindicação que vinha de há muito, mas não deixou de lembrar outros anseios regionais na área da Saúde, nomeadamente o alargamento do número de camas dos Cuidados Continuados e a concretização da Unidade de Medicina Nuclear, que integrando o CHCB, está projetada para o Fundão.

Questionado sobre esta questão no final, Adalberto Campos Fernandes explicou que essa unidade ainda está em fase de estudo.

“À semelhança do que fizemos com a Cardiologia de Intervenção, temos de estudar, analisar e responder em função das redes nacionais e, portanto, a atenção e o interesse existem, mas sobre a unidade não estou em condições de dar uma resposta hoje”, afirmou.

A passagem do ministro da Saúde no CHCB está enquadrada numa visita a unidades de saúde da região Centro. Durante a manhã, o governante também esteve no Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco e para a tarde tinha marcada uma visita ao Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia, seguindo depois para Oliveira do Hospital, onde inaugura uma nova unidade de saúde local.


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