O verão prolongado beneficiou o turismo fluvial no Douro onde, este ano, se perspetiva bater o recorde de um milhão de passageiros nas embarcações que cruzam o rio.
A Via Navegável do Douro (VND), que desce de Barca de Alva até ao Porto, atrai cada vez mais turistas que optam por viajar em pequenas embarcações, cruzeiros de um dia ou barcos-hotéis e por programas que vão desde uma hora até uma semana.
Fonte da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), disse à agência Lusa que, até ao final do ano, se estima atingir o número recorde de um milhão de passageiros fluviais no Douro.
Em 2017, estão a operar na via navegável 60 operadores com 147 embarcações, 20 das quais barcos-hotéis.
No ano passado, cruzaram o Douro 863.043 turistas distribuídos por 85 embarcações de 47 operadores.
“Este ano a época turística prolongou-se e, neste momento, ainda continuamos com atividades no rio. Temos reservas até ao final de novembro e, inclusive, também já para dezembro”, afirmou à Lusa António Pinto, da empresa Douro à Vela, que proporciona passeios privados e exclusivos a partir do cais da Folgosa, em Armamar.
O empresário disse que 2017 está a ser “o melhor” dos nove anos que possui a empresa. “E a tendência é ir crescendo. Cada vez mais as pessoas estão a descobrir o Douro e as suas fantásticas quintas, vinhos, gastronomia e cultura”, salientou.
António Pinto disse que a sua empresa “não faz voltinhas de barco” mas “proporciona uma experiência o mais genuína possível do Douro, tendo como base o rio”.
Entre os clientes há cada vez mais portugueses. São pessoas com poder de compra “um pouco acima da média” e que “têm também grandes conhecimentos culturais”.
Na foz do Douro, no Porto, este foi também um “bom ano” para a empresa Sailing 360 de Ricardo Oliveira, que faz passeios em pequenas embarcações pela zona da foz, entre o Porto e Gaia e também sobe o rio.
“Comparado com o ano passado, este foi um ano muito melhor”, frisou.
A empresa tem vindo sempre a crescer. Começou há cinco anos com um barco e agora tem cinco e, segundo o responsável, a grande dificuldade tem sido arranjar “pessoas que queiram trabalhar”.
Estas viagens em pequenas embarcações são um dos segmentos que mais tem crescido na via navegável.
Em terra, Pedro Teixeira tem nos turistas fluviais os principais clientes, com destaque para os que chegam nos barcos hotéis.
“Esta foi, sem dúvida alguma, a melhor época de sempre para o projeto e os nossos parceiros”, afirmou.
Pedro Teixeira lançou o projeto Da_Vide que aproveita as vides, resíduos resultantes da limpeza das videiras após as vindimas, para expor e vender os produtos que já desenvolveu, como canetas, colheres, ímanes, porta-chaves e até enfeites de Natal que são muito procurados pelos norte-americanos. Este ano concentrou a sua atividade na Enoteca da Quinta da Avessada, em Favaios, Alijó.
Em 1990, com a inauguração dos 210 quilómetros da Via Navegável do Douro abriu-se uma porta ao turismo que foi, depois, consolidada em 2001 com a classificação do Douro como Património Mundial da UNESCO.