Teatro das Beiras em digressão com a peça "Entremezes”

A peça é apresentada amanhã, dia 23 de julho, pelas 22 horas, na Escola dos Penedos Altos, na Covilhã.

A peça “Entremezes”, com texto, encenação de José Carretas, é a centésima terceira produção do Teatro das Beiras, e, segundo a organização, “é uma brincadeira sobre o tema das fronteiras e da ausência delas”. A peça sobe amanhã ao palco da Escola dos Penedos Altos, na Covilhã.

No dia 25 de julho, pelas 21h45, a peça será apresentada no Anfiteatro Monte do Índio, em Castelo Branco. As próximas sessões decorrem no concelho da Covilhã: no Largo da Igreja Casegas (dia 26 de julho, 21h); Largo da Igreja de Coutada (dia 30, 22h); Parque de S. Miguel de Tortosendo (dia 31, 22h), e, por último, Parque Duppigheim, em Boidobra (dia 3 de agosto, 22 horas).

 

Sobre a peça “Entremezes”, segundo uma nota da organização:

Aquando da nossa independência em 1640, com a redefinição das nossas fronteiras, a pesca no rio Minho gerou questiúnculas entre galegos e portugueses. Isso deu tema e conteúdo ao “Entremés Famoso sobre da pesca do Rio Minho”, primeiro texto da literatura dramática galega. Nessa peça, o português era um fidalgote egoísta fanfarrão e arrogante que era combatido com sucesso pelos labregos paroquianos de Tuy.

Este nosso “Entremezes” é como uma resposta jocosa, a olhar com ternura e simpatia para os descendentes desses galegos separados de nós pela mesma língua.

Fomos separados por fronteiras políticas. Não culturais nem geográficas.

Ainda existe em Portugal memória do Couto Misto (Mixto para os galegos). Trata-se de um pequeno enclave, formado por quatro aldeias vizinhas, a norte de Chaves, que durou como república independente durante séculos. No século XX, Portugal e Castela, perdão, Espanha resolveram incorporar aquele território nos respetivos países. A alienação e novo desenho das fronteiras mútuas deram, por exemplo como resultado, a separação de uma casa a meio. Esse facto deu tema e conteúdo a parte do nosso “Entremezes”.

Resolvemos seguir por essa via das rimas ora de sete sílabas, ora de oito sílabas e até mesmo de dez. Rimas tratadas com vontade de brincar com a nossa língua e a dos outros, (a peça é falada em cinco) sempre sorrindo e rindo, de vez em quando. Usando bombos, cavaquinhos, dança ingénua e desejo de afadistar a vida, sem esquecer momentos filosofantes sobre a necessidade ou desnecessidade das fronteiras.

 

 


Conteúdo Recomendado