Primeiro MBA do Departamento de Gestão e Economia dá resposta às necessidades da região

É um curso para executivos que tem 17 inscritos a trabalhar na Beira Interior e que viram na formação criada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas uma oportunidade de aprofundar conhecimentos.

O primeiro “Master in Business Administration (MBA)”, desenvolvido pelo Departamento de Gestão e Economia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (DGE-FCSH) arrancou na última semana para dar reposta às necessidades identificadas não só por empresários, mas também pelos docentes do DGE-UBI. Conta com 17 alunos, um número que para os responsáveis justifica a existência de uma formação deste nível na região.

“Este MBA surgiu até de desafios que nos foram lançados pelo mercado. Ou seja, dos contactos que nós tínhamos com empresários e com ex-alunos da UBI, era-nos dito que as ofertas que temos, por serem num período laboral, eram incompatíveis. Entendemos que havia aqui uma oportunidade de mercado na formação para executivos que estávamos a desperdiçar”, explica coordenadora do curso, Susana Azevedo.

Por outro lado, o MBA é um tipo de oferta formativa que existe habitualmente em instituições de Ensino Superior com a área da Gestão, algo que faltava na UBI. “A Gestão foi das primeiras até a dar origem à Universidade, por isso pensamos que fazia todo o sentido avançarmos também eles consigam fazer esse upgrade a nível do conhecimento is forma, mas que querem efetivamente atualizar os conhecimentos”, acrescenta a docente.

Interessados na região havia, como prova o quase preenchimento das 20 vagas iniciais, e a motivação da proximidade do MBA foi outro argumento para o sucesso de inscrições. “Muitos dos participantes estão a trabalhar nesta zona e não teriam outra forma de frequentar um MBA fora deste raio de distância, funcionando dois dias por semana em regime pós-laboral”, segundo a responsável do curso.

Há estudantes desde a Guarda a Castelo Branco e dois deles, residentes na Covilhã, admitem que fora da cidade era difícil enveredarem por voltarem aos bancos de uma instituição de Ensino Superior.

Filipe Nunes, de Contabilidade, reconhece que se “não fosse perto, possivelmente não estaria a frequentar”, acrescentando que é “fundamental” a oferta formativa da UBI que dá resposta aos profissionais que procuram “adquirir mais conhecimentos úteis para a função que desempenham”.

Esta ideia de aprendizagem útil para aqueles que são já profissionais é destacada por Susana Azevedo. “Têm uma perspetiva diferente. Não estamos a falar de um 1.º ou 2.º ciclos, em que os alunos não valorizam o conhecimento da forma como as pessoas que já estão no mercado de trabalho o fazem essa”, explica.

O MBA da UBI segue uma estrutura curricular com vertentes mais direcionadas para a área da gestão, como estratégia, marketing, finanças e controlo de gestão, mas também temáticas que contribuam para o desenvolvimento pessoal dos alunos. Desenvolvimento de competências em que vão trabalhar o coaching, marketing pessoal ou comunicação, complementa o programa.

Algo que os “ajudará no seu local de trabalho”, salienta Susana Azevedo, destacando que se trata de uma estrutura curricular “pensada com base num benchmarking a nível dos outros MBAs que existem e, por isso, completamente enquadrado na realidade destas formações para executivo”.

A primeira turma, que frequentará o curso até ao final do ano letivo, é constituída por profissionais com percursos académicos diversos. Há formados nas engenharias aeronáutica e eletromecânica, bioquímica ou sociologia, entre outros.

“Alunos que pelos desafios profissionais que lhes foram sendo lançados atualmente estão com responsabilidades na área da gestão e sentem algumas dificuldades quando estão a desenvolver a sua atividade”, segundo a coordenadora.

Miguel Carvalho, outro dos alunos do curso, formado em Engenharia Eletromecânica, também na UBI, enquadra-se nesse exemplo mais geral. “Poderei assumir a administração da empresa onde estou e decidi ter uma aprendizagem sobre isso”, explica o covilhanense, que destaca o interesse em marketing, estratégia e finanças, entre os conteúdos do MBA.

Para Susana Azevedo, o Master in Business Administration é igualmente uma forma da UBI estabelecer ligações mais próximas com o tecido empresarial, que “sai reforçado com esta oferta formativa”.

No futuro, o DGE-UBI pretende alargar a influência regional do MBA. “Podemos ir até Viseu ou Portalegre com este tipo de ofertas para executivos. Temos um planeamento feito em termos de evolução formação para outros níveis que vai envolver coisas com outras dimensões e com outras unidades territoriais”, conclui.


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