Politécnico da Guarda tem projeto para recuperar doentes covid com sintomas prolongados

O projeto “Recover” está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do IPG constituída pelos docentes e investigadores da área do Exercício Físico e Saúde António Bovolini e Carolina Vila-Chã, das Ciências Biomédicas, Raquel Brito, e da Enfermagem, Ermelinda Marques.

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a desenvolver um projeto para contribuir para a recuperação de doentes com sintomas prolongados de covid-19, como cansaço, falta de ar e dores musculares, com recurso à prática de exercício físico.


Segundo o IPG, o projeto denominado “Recover: Recuperar doentes com condição pós covid-19 através do exercício”, pretende “promover a recuperação física, mental e funcional através de um estilo de vida mais saudável”.


O programa também inclui “uma componente de sensibilização da pessoa para o autocuidado e aplicação de estratégias que contribuam para a melhoria da sua saúde física e mental”.


“Cerca de 10 a 30% dos doentes com covid-19 mantêm os sintomas iniciais ao longo de vários meses”, afirmou António Bovolini, docente no IPG e responsável pelo projeto.


O responsável referiu que o objetivo é apoiar a recuperação dos doentes nestas condições e, para tal, o projeto conta com a colaboração da Unidade de Saúde Local (ULS) da Guarda para identificar os pacientes com sintomas prolongados de covid-19 que possam beneficiar da intervenção que está a ser desenvolvida.


“Depois avaliaremos as capacidades respiratória e física dos utentes para determinarmos um plano de atividade física adequado a cada um”, adiantou António Bovolini numa nota enviada hoje pelo IPG à agência Lusa.


Os pacientes serão acompanhados durante 16 semanas e, para além de sessões presenciais e ‘online’ supervisionadas, terão acesso uma plataforma digital com informações relevantes que ajudem a contribuir para a melhoria da qualidade de vida.


Numa primeira fase, está previsto o acompanhamento de doentes da zona da Guarda, mas o objetivo “passa por alargar a utilização da plataforma a todo o país”.


“Este projeto é mais um exemplo do empenho do Politécnico da Guarda em colocar a ciência ao serviço das empresas e da comunidade dando resposta a problemas concretos, neste caso relacionados com a pandemia da covid-19”, afirmou o presidente do IPG.


Joaquim Brigas lembrou que, nos últimos anos, a instituição que dirige fez “uma grande aposta na área de investigação, nomeadamente através da contratação de recursos altamente qualificados para integrar e desenvolver projetos em áreas que são estratégicas para o desenvolvimento social e económico da região e do país”.


O projeto “Recover” está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do IPG constituída pelos docentes e investigadores da área do Exercício Físico e Saúde António Bovolini e Carolina Vila-Chã, das Ciências Biomédicas, Raquel Brito, e da Enfermagem, Ermelinda Marques, que desenvolverá o seu trabalho em articulação com profissionais de saúde da ULS da Guarda.


O “Recover: Recuperar doentes com condição pós covid-19 através do exercício” foi distinguido pelo programa Gilead GÉNESE numa cerimónia que decorreu na terça-feira, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.


O programa Gilead GÉNESE, promovido pela farmacêutica Gilead, com sede na Califórnia, EUA, apoia projetos de investigação nas áreas da oncologia e da virologia e conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República.


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