Ligação da Linha do Douro a Espanha avaliada em colaboração com Espanha

A eletrificação até ao Pocinho está inscrita no PNI, documento que, no entanto, excluiu o Itinerário Complementar 26 (IC26), de Amarante a Trancoso, também reivindicado na região.

O ministro das Infraestruturas disse ontem que este Governo “se comprometeu” com a eletrificação da Linha do Douro até ao Pocinho e que a ligação internacional da via “tem que ser avaliada” em colaboração com o Governo espanhol.

Pedro Marques participou, em Sabrosa, distrito de Vila Real, no lançamento da obra de beneficiação da Estrada Municipal 323 (EM323), ocasião aproveitada pelo presidente da câmara para lembrar a reivindicação da ligação ferroviária a Espanha.

Esta ligação internacional é, segundo o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, uma “questão que tem que ser avaliada em colaboração com o Governo espanhol”.

“Já fizemos uma autoestrada até Quintanilha que depois não teve continuidade do lado espanhol. Não faz sentido avançar deste modo descoordenado”, frisou.

Pedro Marques referiu que o Programa Nacional de Investimentos (PNI) tem “200 milhões de euros para as ligações transfronteiriças, que permitirá fazer, se for o caso, a parte portuguesa desse investimento internacional”.

“Essa linha foi fechada há mais de 30 anos, primeiro do lado espanhol, e o investimento estimado para realizar a sua ligação a Espanha é superior a 500 milhões de euros, no total”, frisou.

E continuou: “é um investimento muito significativo, pode ser feito, e, sobretudo, posso dizer que temos os recursos do lado do Governo português para realizar esse investimento, se essa for uma prioridade dos dois Governos”.

Pedro Marques lembrou que, com o governo PS, já avançou a eletrificação da Linha do Douro até ao Marco de Canaveses, vai avançar até à Régua e já se comprometeu com a eletrificação até ao Pocinho.

“Porque consideramos que esta linha tem um potencial de mobilidade para as populações e turístico, e nós queremos que essa mobilidade se faça com qualidade e segurança, por isso, vamos mesmo eletrificar a linha até ao Pocinho”, salientou.

A eletrificação até ao Pocinho está inscrita no PNI, documento que, no entanto, excluiu o Itinerário Complementar 26 (IC26), de Amarante a Trancoso, também reivindicado na região.

“Não tenho a certeza que um investimento de 270 milhões de euros a ligar três autoestradas seja a primeira prioridade destas regiões. A prioridade é atrair investimento empresarial para estes territórios e nós já temos as autoestradas a chegar perto da generalidade destes concelhos”, frisou.

Esta teria de ser, referiu, uma autoestrada portajada devido ao investimento que representa, no entanto, disse que o PNI vai ser objeto de debate no Parlamento e que o Governo terá a “humildade” de aceitar os contributos nesta matéria.

Quanto à EM323, o ministro destacou a importância da obra em termos de segurança e de potencial turístico, já que a via liga Sabrosa ao Pinhão (Alijó), junto ao rio Douro.

“É uma obra reclamada há anos, mas que era muito complexa porque deixou de ser uma estrada nacional e a nossa capacidade em termos legais para intervir era limitada”, frisou.

Foi preciso uma união de esforços entre a autarquia a administração central e a intervenção vai realizar-se, de forma faseada, e inclui a recuperação de muros de sustentação e a criação de 11 escapatórias, com aparcamento e miradouros.

Numa fase posterior será colocado um novo piso.

O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, disse que a beneficiação da estrada representa um investimento total de 1,7 milhões de euros, com o apoio de fundos comunitários, que estará concluído até ao final deste ano.

Esta é uma via turística, muito utilizada por autocarros que fazem a ligação entre o cais fluvial do Pinhão, junto ao rio Douro, com quintas, a aldeia vinhateira de Provesende ou a vila de Sabrosa.


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