Festival Literário da Gardunha reúne 20 escritores

O Festival Literário da Gardunha, de 18 a 24 de maio, no Fundão, conta este ano com 20 escritores, num encontro que também reúne o ensaísta Eduardo Lourenço e o humorista Ricardo Araújo Pereira.

“Será uma mesa inédita e a ideia é conseguir reunir duas gerações diferentes com um grande poder de comunicação, num encontro que será, certamente, muitíssimo descontraído e que deverá proporcionar um espaço de partilha e debate, sempre em interação com o público”, apontou Margarida Gil dos Reis, diretora do festival, durante a apresentação deste evento.

Naquela que será a segunda edição deste evento, organizado pela Câmara Municipal do Fundão e com produção executiva a cargo da editora A23, a literatura de viagem continua a ser protagonista, desta feita com o tema “Lugares Imaginários”.

Uma viagem que se centrará essencialmente no fim de semana de 23 e 24 de maio e para a qual já confirmaram presença escritores de diferentes gerações como Inês Pedrosa, Nuno Júdice, Almeida Faria, Ferreira Fernandes, João de Melo ou Susana Moreira Marques, Tânia Ganho e Raquel Ochoa, entre outros.

O modelo do festival mantém-se semelhante ao da primeira edição, mas com algumas alterações, designadamente pela abertura da programação à literatura brasileira (através das escritoras Tatiana Salem Levy e Andrea Zamorano), bem como pela antecipação da data.

Uma alteração que, tal como explicou o presidente da autarquia, Paulo Fernandes, pretende fazer coincidir o evento com a primavera e com a época das cerejas, bem como evitar a sobreposição com outras iniciativas a nível nacional.

O festival continuará também a ter uma forte aposta na ligação à comunidade local e ao território, nomeadamente à Serra da Gardunha, mantendo ainda o “selo de qualidade” que em muito terá contribuído para o êxito da primeira edição, cuja projeção mediática ultrapassou todas as expectativas.

“Foi sem dúvida uma aposta ganha, que também demonstrou que este espaço dedicado à cultura carecia de um evento que consolidasse um ativo deste nosso território, que sempre foi ponto de encontro e de inspiração de grandes vultos da nossa literatura”, sublinhou.

O autarca lembrou ainda que este se deve consolidar como um dos “eventos estrela” do concelho, que sempre teve forte pendor cultural.

Uma herança que foi destacada pelo curador do festival e antigo diretor do Jornal do Fundão, Fernando Paulouro Neves, que referiu que este evento vem preencher um espaço de “expressão cultural” que sempre existiu no Fundão e para a qual muito contribuiu a ação de António Paulouro, fundador daquele jornal e que este ano comemoraria o seu centenário.

O festival contará ainda com a realização de residências artísticas, que serão integradas pelos escritores Tatiana Salem Levy e Valério Romão, e pela fotógrafa Céu Guarda. Cada um deles ficará, de 18 e 22 de maio, em diferentes pontos do concelho (Castelo Novo, Donas e Fundão), nos quais serão desafiados a contactar com a comunidade, em particular com alunos de diferentes graus de ensino das escolas do concelho.

Do programa consta igualmente a realização de um “workshop” sobre a escrita de literatura de viagem e de um espetáculo de teatro “Portugal, Meu remorso”, que tem como base textos de Alexandre O’Neill e que será interpretado pelos atores Ana Nave e João Reis.


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