Construção de bombos e caixas no concelho do Fundão inscrita como património cultural imaterial

A construção de bombos e caixas no concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, foram inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, informou Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Em publicação no Diário da República, aquele organismo explica que a decisão tem como base a proposta do Departamento de Bens Culturais da Direção e que a manifestação “Construção de Bombos e Caixas no Concelho do Fundão” foi inscrita como “salvaguarda urgente”.

No documento, assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural, Rita Jerónimo, é ainda referido que esta inscrição no inventário nacional teve em conta vários critérios de apreciação, designadamente a “importância da manifestação enquanto reflexo da identidade da comunidade, grupos e indivíduos que a praticam e se encontram associados” e “a importância da sua dimensão histórica social e cultural na área territorial”.

“A relevância da manifestação para o desenvolvimento sustentável nos territórios onde se pratica”, as “atuais características do contexto de transmissão do ‘saber-fazer’, que acarreta riscos passíveis de comprometerem a sua continuidade, a curto médio prazo” e as “medidas de salvaguarda e valorização preconizadas na viabilidade futura” foram outros dos aspetos tidos em conta.

O processo foi desencadeado pela Câmara Municipal do Fundão, com o objetivo de ajudar a preservar todo o conhecimento e processo de construção dos bombos e caixas, bem como do “modo diferenciador” como se toca este instrumento naquele concelho, que conta com vários grupos de bombos.

“Os bombos estão um pouco por todo o concelho e este registo é forma de valorizar essa tradição e de homenagear os grupos, os construtores de bombos e todos os que estão ligados a esta tradição, principalmente os mais antigos”, apontou esta sexta-feira, à agência Lusa, a vereadora naquela autarquia Alcina Cerdeira.

A vereadora destacou ainda a importância desta inscrição no que concerne ao “grande objetivo” de ajudar a preservar o conhecimento e os métodos únicos que existem no concelho para a construção dos bombos e caixas.

Lembrando que há cada vez menos pessoas que se dediquem à construção dos bombos e que o artesão mais ativo tem outra profissão não se dedicando a tempo inteiro aquela atividade, a vereadora também sublinhou o facto de a inscrição em causa ajudar a evitar que o “saber-fazer” se perca, contribuindo para que passe para gerações futuras.

“Esta inscrição vai permitir-nos fazer um trabalho distinto ao nível da formação de novos construtores para mantermos de facto este ‘saber-fazer’, que é completamente diferenciador de outras regiões”, acrescentou, frisando que a autarquia já promoveu uma primeira ação de formação e que está a planear avançar com outra.


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