Câmara de Pinhel inaugura em agosto Casa Forte que vai guardar pálio de Cidadelhe

No início do mês de agosto será inaugurada a Casa Forte de Cidadelhe, um espaço museológico onde ficará exposto um pálio com mais de 300 anos, de modo a que possa ser preservado o património do concelho de Pinhel.

A Câmara Municipal de Pinhel prevê inaugurar em agosto a Casa Forte de Cidadelhe, um espaço museológico onde ficará exposto um pálio com mais de 300 anos, que atualmente é guardado em segredo, anunciou hoje a autarquia.

“No início do mês de agosto será inaugurada a Casa Forte de Cidadelhe. É mais um investimento que o município faz para criar condições para que possa ser preservado o património do concelho de Pinhel”, disse hoje à agência Lusa Daniela Capelo, vice-presidente da Câmara Municipal de Pinhel.

Segundo a autarca, o município, com a obra, está “a garantir que o pálio de Cidadelhe, que tem mais de 300 anos, que tem um valor económico incalculável, é todo ele bordado a ouro, e que para além disso tem um valor simbólico e histórico também enorme, possa ser, para já, preservado nas condições em que deve ser preservado e, para além disso, possa ser visto e admirado por todos aqueles que queiram visitar Cidadelhe e ver o pálio”.

“O que acontece atualmente é que a população assumiu a tarefa de o preservar e de o manter nas suas casas. O pálio é guardado em segredo, numa localização que só é sabida por duas ou três pessoas da aldeia”, explicou à Lusa a vice-presidente do município de Pinhel, no distrito da Guarda.

Nestas circunstâncias, quando os visitantes chegam a Cidadelhe não conseguem ver o pálio – uma cobertura em forma de retângulo sob a qual vai o Santíssimo nas procissões religiosas -, pois apenas é mostrado em dias de festa e em celebrações previamente marcadas, disse.

Após a inauguração da Casa Forte de Cidadelhe, o panorama será alterado e, segundo Daniela Capelo, “o pálio vai estar exposto, vai poder ser visitado pelos cidadãos, pelos turistas”.

O espaço museológico da Casa Forte, construído para proteger, guardar e expor o pálio de Cidadelhe, corresponde a um investimento que a Câmara Municipal de Pinhel faz para a preservação e para a promoção do património concelhio, observou a autarca.

A Casa Forte de Cidadelhe, que foi instalada num edifício da aldeia que se encontrava em ruínas, custou cerca de 105 mil euros e foi objeto de uma candidatura à medida “Renovação de aldeias” do PDR2020, segundo a autarquia de Pinhel.

O pálio de Cidadelhe é uma peça de veludo carmesim típico de Veneza, bordada a ouro, prata e seda, datada de 1707.

A peça religiosa tem 315 centímetros de largura e 265 de altura e é transportado por oito homens que seguram igual número de varas.

O pálio foi referido pelo Nobel da Literatura José Saramago, na sua obra intitulada “Viagens a Portugal”.

A aldeia de Cidadelhe, que dista cerca de 20 quilómetros da cidade de Pinhel, pertence à Freguesia de Vale do Côa (Azêvo/Cidadelhe).


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