As comemorações do 117.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Pinhelenses acontecem no dia 29 de outubro e os seus dirigentes entenderam prestar uma homenagem “aos amigos bombeiros” de Cuidad Rodrigo, que atravessam um “momento difícil e imerecido” e com quem mantêm, “há vários anos, estreitos laços de amizade”.
O presidente da direção da Associação, Ricardo Avelãs Nunes, explicou à agência Lusa que os bombeiros de Cuidad Rodrigo estão atualmente sem atividade na sequência de um processo judicial.
“Tinham 15 ou 20 funcionários e tiveram de os despedir. Agora estão vazios de funções”, sustenta o dirigente associativo de Pinhel.
Ricardo Avelãs Nunes aponta que em Espanha é diferente e que o sistema é assegurado por estruturas profissionais e privadas. “Só existem duas estruturas de voluntários como nós e uma delas é a de Cuidad Rodrigo”.
“Há vários anos que ganhavam o concurso para os incêndios urbanos e acidentes rodoviários. Este ano, os bombeiros profissionais de Salamanca apresentaram uma ação em tribunal declarando ilegal o concurso, por ser uma associação humanitária e que a lei não permite essas estruturas. O Tribunal deu-lhes razão. Foi determinado que os bombeiros deviam fechar o quartel de deixar de prestar o serviço”, explicou Ricardo Avelãs Nunes.
O dirigente dos bombeiros daquela cidade do distrito da Guarda destaca “a amizade de mais de 20 anos” com os bombeiros de Cuidad Rodrigo e considera “ser oportuno” prestar-lhes solidariedade.
No aniversário será também dada posse ao novo comandante da corporação, Ricardo Monteiro, que ocupava o cargo interinamente.
Era segundo-comandante quando o então comandante pediu a demissão, passando a desempenhar essas funções até agora. Ricardo Monteiro, de 45 anos, fez-se bombeiro na corporação de Pinhel.
À passagem de mais um aniversário, o presidente da Associação pede “mais clareza” nos apoios a receber, nomeadamente municipais, e queixa-se das despesas com os combustíveis. “O aumento brutal dos combustíveis é uma coisa louca”, atira Ricardo Avelãs Nunes.
A Associação não sente os efeitos da crise do voluntariado e o dirigente evidencia que, “felizmente”, a corporação tem “uma escola de bombeiros forte”, com cerca de 30 elementos dos 10 aos 18 anos.
“Este ano, quatro deles vão subir a bombeiros”, sublinha.
Os bombeiros de Pinhel têm um corpo ativo com cerca de 70 elementos.
