Autarca de Foz Côa preocupado com furto de carris no troço desativado da linha do Douro

A reabertura deste troço é reclamada na região há vários anos e em maio de 2021 foi constituído um grupo para estudar a viabilidades da reabertura deste traço de linha transfronteiriço.

O presidente da câmara de Vila Nova Foz Côa, no distrito da Guarda, mostrou-se preocupado com os furtos de carris no traço da linha férrea do Douro que liga o Pocinho a Barca d’ Alva.

“Neste caso é preciso perceber que tipo de pessoas estão a furtar os carris na linha do Douro, entre o Pocinho e a Barca d´Alva, porque isso também é importante. Espero bem que não sejam pessoas privilegiadas que já saibam que os carris possam vir a ser retirados posteriormente”, explicou à Lusa João Paulo Sousa.

De acordo o autarca social-democrata, ao longo dos últimos anos, desde 1985,” há pontualmente o furto de carris neste traçado da ferrovia do Douro”.

“Durante este tempo todo, este património tem sido dilapidado e a Infraestruturas de Portugal (IP) deveria estar mais atenta. Vamos ver o que vai acontecer. Mas é claro que estão a dilapidar património”, vincou.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da IP disse que são feita “inspeções periódicas a este troço de via férrea”.

“Uma equipa de técnicos visitou o local no dia do furto dos carris”, frisou a fonte.

A GNR de Foz Côa deteve na quinta-feira quatro homens, com idades compreendidas entre os 21 e os 56 anos, por furto de carris ferroviários na localidade de Almendra, que faz parte deste troço de linha férrea que atravessa o concelho de Foz Côa.

“No âmbito de uma denúncia a dar conta de que vários indivíduos estariam a cortar e a furtar carris de uma linha desativada, os militares da Guarda deslocaram-se rapidamente para o local, tendo sido realizadas diligências policiais que permitiram localizar e deter os quatro indivíduos em flagrante”, indicou a GNR, em comunicado.

De acordo com a mesma nota, no seguimento das diligências foi apreendida uma viatura, uma rebarbadora, um gerador elétrico e sete porções de carril, totalizando cerca de 20 metros de linha ferroviária.

A reabertura deste troço é reclamada na região há vários anos e em maio de 2021 foi constituído um grupo para estudar a viabilidades da reabertura deste traço de linha transfronteiriço.

Recentemente a IP, avançou que os estudos de viabilidade técnica e ambiental da reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva, na Linha do Douro, “estão concluídos” e serão entregues brevemente ao grupo de trabalho sobre o tema.

A Linha do Douro desenvolve-se ao longo de 191 quilómetros, de Ermesinde (Porto) a Barca d´Alva (Guarda), estando eletrificado até Marco de Canaveses (Porto).

O troço ferroviário de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva foi encerrado em 1988.


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