A Serra da Estrela é a NUT III da região com melhor desempenho no Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR) relativo a 2011, cujo relatório foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na passada sexta-feira. Trata-se de um retrato territorial que confirma que a competitividade das 30 sub-regiões analisadas diminuiu à medida que se avança do litoral para o interior do país, que, pelo contrário, domina no índice da qualidade ambiental. Como habitualmente, Lisboa e Porto lideram o ISDR. Baseado na análise de três componentes (competitividade, coesão territorial e qualidade ambiental), o estudo revela que a Serra da Estrela é a melhor sub-região do país em termos de qualidade ambiental, um lugar que tem ocupado desde que o INE analisa o ISDR, com um índice de 114. Pelo contrário, as zonas mais desenvolvidas do país (Grande Lisboa, Grande Porto, Douro e Vouga e Baixo Vouga) estão todas abaixo do índice médio nacional (100). Na região, a NUT III da Beira Interior Norte tinha o terceiro melhor indicador (109) do país e a Cova da Beira surgia na quinta posição, com 108. Segundo o INE, este critério reflete «as pressões exercidas pelas atividades económicas e pelas práticas sociais sobre o meio ambiente e as consequentes respostas económicas e sociais em termos de comportamentos individuais e de implementação de políticas públicas». Os lugares invertem-se relativamente à competitividade, pois em 2011 apenas cinco das 30 sub-regiões NUTS III analisadas apresentavam um índice superior à média nacional. A Grande Lisboa lidera de forma destacada, seguida do Grande Porto, Baixo Vouga, Ave e Entre Douro e Vouga. Os valores mais baixos encontram-se na Serra da Estrela, Douro, Pinhal Interior Sul e Alto Trás-os-Montes. Ou seja, temos um país claramente cortado ao meio nesta matéria. No caso da nossa região, a Cova da Beira é a melhor classificada, ligeiramente acima do índice 90, seguida da Beira Interior Norte (87), enquanto a Serra da Estrela (82) ocupava o último lugar da tabela. O INE especifica que o índice de competitividade pretende «captar o potencial (recursos humanos e infraestruturas físicas) de cada sub-região, assim como o grau de eficiência na trajetória seguida (educativa, profissional, empresarial e produtiva) e ainda a sua eficácia na criação de riqueza e na capacidade demonstrada pelas empresas para competir no contexto internacional». Na componente da coesão, o INE conclui que o país está mais equilibrado do que o observado para a competitividade, já que 16 das 30 sub-regiões tinham um desempenho acima da média nacional. A NUT III da Serra da Estrela volta a estar em destaque com o segundo lugar do ranking nacional (índice 107), atrás do Baixo Mondego. A Grande Lisboa é quinta classificada e o Grande Porto surge em nono lugar. Por cá, depois da Serra da Estrela, a sub-região da Cova da Beira aparece na 12ª posição (102) e Beira Interior Norte na 17ª (99), já abaixo do índice médio nacional. Este critério procura refletir «o grau de acesso da população a equipamentos e serviços coletivos básicos de qualidade, bem como os perfis conducentes a uma maior inclusão social e eficácia nas política públicas traduzida no aumento da qualidade de vida e na redução da disparidades territoriais». Segundo o INE, o ISDR «baseia-se num modelo concetual que privilegia uma visão multidimensional do desenvolvimento regional», estruturando-o nas componentes da competitividade, coesão e qualidade ambiental. Assim, a tabela que resulta da conjugação destes três indicadores é liderada pela Grande Lisboa, muito à frente do Grande Porto e Cávado. Com um índice ligeiramente acima da média nacional, a NUT III da Serra da Estrela ocupa o sexto lugar e a Cova da Beira o sétimo (índice um pouco abaixo da média), já a Beira Interior Norte (98) ficou-se pelo 17º lugar. Em 2015, o INE vai lançar uma nova versão que aproveitará a informação entretanto disponibilizada no âmbito do Sistema Estatístico Nacional e refletirá o novo referencial da organização administrativa do país, as entidades intermunicipais.