Queijo da Serra imortalizado no Museu de Peraboa

O melhor queijo do mundo tem, desde 2011, o seu próprio museu.

Localizado na freguesia de Peraboa, no distrito da Covilhã, o Museu do Queijo é exclusivo na região. Oferece a todos os que o visitam, a possibilidade de ficar a conhecer o processo de fabrico do queijo, assim como as técnicas e instrumentos usados ao longo dos anos para o preparar.
O queijo ficou imortalizado na freguesia pela construção do Museu do Queijo. Inaugurado a 14 de maio pelo então Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto, o museu  é um edifíco de ferro, madeira e pedra, ocupa 634 metros quadrados e localiza-se numa antiga judiaria. O Museu é constituído por quatro salas, cada uma com características diferentes da outra. As imagens, as descrições, os quadros interativos e os utensílios presentes em cada um delas, permitem ao visitante conhecer a história do queijo e saber como era fabricado antigamente através do processo artesanal de fabrico. Tal como, ainda, conhecer e familiarizar-se com a vida no campo, com o pastor, com o cão e com as ovelhas. Relva, fardos de palha, cancela de madeira e muro de pedra. É com a réplica de uma pastagem que é caracterizada a primeira sala do museu, onde as paredes têm informação sobre a fauna, o clima e as pastagens. Com um discurso simples e pormenorizado, a guia do museu começa a visita guiada pela segunda sala, onde fala aos visitantes sobre o pastor, sobre a ovelha Bordaleira ou Churra Mondegueira, a ovelha natural da região, sobre o cão da Serra da Estrela, e sobre todos os utensílios presentes nessa sala, descrevendo detalhamente para que serve cada um deles. Entre os muitos utensílios, estão presentes os necessários para o trabalho do pastor, bem como os elementos essenciais para a produção do queijo e que, ordenadamente, representam muito sinteticamente a ordem do processo até chegar ao estado de queijo da Serra. Existe ainda uma cabine fotográfica que permite tirar uma fotografia, onde os visitantes colocam o seu rosto num corpo de pastor e escolhem no final uma paisagem à escolha. Mãos frias, leite, sal e cardo. Alguns dos elementos imprescindíveis ao processo de confeção desta iguaria. “Quem tem mãos quentes, não é bom para fazer queijo”, diz a guia na terceira sala do museu e explica, pormenorizadamente, cada uma das dez etapas do processo de fabrico do queijo, desde a ordenha até à lavagem. Pode ver-se numa das paredes, a história e a etimologia do queijo e noutra, o processo numerado e detalhado da sua preparação. Há também nesta secção um questionário interativo e uma sala 3D, onde é possível ver um vídeo que retrata precisamente esse processo. Quando o pastor estava a guardar as ovelhas, ele dormia com o cão dentro de uma cabana, denominada de “choça”, para se abrigarem. Mais tarde, fez-se uma cabana com mais conforto, já era fechada e podiam ter cobertores. O pastor já não tinha de dormir com o cão para se aquecer. Para além de se poder ver a cabana e as ovelhas, nesta terceira e última sala do museu, está retratada a casa do pastor com tudo o que é preciso para fazer o queijo e ficam a conhecer-se as características do queijo da Serra da Estrela e do queijo Kosher. O queijo Kosher é o queijo dos judeus. Eles têm o azeite, o vinho, e o queijo. Durante muito tempo, o queijo não foi fabricado e só há alguns anos começou a fazer-se em Peraboa, produzido pela Fábrica Braz, de acordo com os princípios, rituais e valores da religião judaica. A freguesia não é o único sítio onde se faz o queijo Kosher, mas é o único local onde o queijo e a fábrica são certificados pelo rabino. No final da visita, os visitantes são conduzidos a uma sala de degustação, onde podem degustar três variedades de queijo e provar um vinho. Teresa Águeda é natural de Lisboa e veio à Serra com a família passar uns dias, também para comemorar o seu 60º aniversário. Teresa mostrou-se satisfeita com a visita guiada e, na sua opinião, o museu “é um local muito agradável” e “um sítio que merece ser visitado”, afirma. Acrescenta ainda que “se calhar nunca viria a Peraboa se não soubesse que estava aqui o Museu do Queijo”. Vanessa Carriço, guia do museu, declara que as pessoas “gostam e recomendam”. Todos os visitantes têm direito a visita guiada, prova de degustação de três queijos e um vinho. Há também a possibilidade de visitar a Quinta pedagógica, visita esta só reservada a grupos. Este é um espaço onde se pode estar em contacto com as ovelhas, observar a ordenha, a recolha do leite, na época da tosquia ver-se fazer a tosquia e ver-se fazer o queijo.


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