Pais levaram os filhos para escola que foi encerrada no concelho da Covilhã

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Os pais dos alunos de primeiro ciclo da Erada, concelho da Covilhã, levaram hoje os filhos para a escola daquela localidade, apesar de esta se encontrar encerrada, decisão que contestam e sobre a qual dizem não ter informação oficial.

“Estamos aqui por duas razões: primeiro, porque estamos contra o encerramento da escola e, depois, porque ninguém nos disse para onde deveríamos levar as crianças”, disse, em declarações à agência Lusa, Marta Martins, mãe de uma das crianças.

Os encarregados de educação dos sete alunos inscritos naquele estabelecimento de ensino garantem que contactaram a câmara, o agrupamento de escolas e a junta de freguesia, mas que nenhuma das entidades lhes deu quaisquer informações, designadamente sobre se o transporte e alimentação estão assegurados.

“Soube que o ano letivo começava hoje e, portanto, trouxe a minha filha para a escola onde andou até aqui”, referiu Cristina Carvalho, mãe de uma menina que irá frequentar o quarto ano.

Os pais admitem que têm conhecimento que a escola sinalizada para acolher os filhos é a do Paul (a menos de cinco quilómetros), mas ressalvam que essa informação lhes foi passada numa fase inicial.

“Na Covilhã, estavam sinalizadas 10 ou 11 escolas para fechar, mas nas outras terras as escolas hoje estão abertas e assim vão ficar. Afinal, porque é que só a nossa escola é que foi escolhida para fechar?”, questionam.

Perante a presença do vereador da Educação, os pais também exigiram saber se a providência cautelar que há mais de dois meses a autarquia prometeu interpor no tribunal chegou a avançar.

Sem conseguir precisar a data, o vereador, Jorge Torrão, garantiu que sim, sublinhando que os “timings” foram escolhidos pelos advogados.

O autarca ressalvou que está “solidário” com os pais e que mantém a esperança na manutenção da escola. Todavia, disse, caso o Governo não recue, a autarquia já tem a questão dos transportes e da alimentação asseguradas.

À porta da escola, além dos pais também estiveram outros populares que se mostraram contra o encerramento, rejeitando o argumento de que a escola tem menos de 21 alunos.

“No próximo ano, já entravam mais 11 alunos, a minha neta é uma delas”, sublinhou Maria de Lurdes Viegas.

Os populares, que também prometem nunca mais votar caso a escola encerre, mostraram-se ainda preocupados quanto às consequências que o encerramento poderá ter noutras valências.

“A alimentação das crianças é assegurada pelo Centro Social, que emprega atualmente cinco pessoas. Sem as crianças, não sabemos se será possível manter os empregos ou se o próprio centro não encerra”, referiu João Almeida, presidente da Junta de Freguesia da Erada.

No concelho, a Escola do Barco também foi mantida na lista de encerramentos, mas naquela localidade não se registaram protestos.


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