Guarda deve apostar na diferenciação para potenciar turismo

A cidade da Guarda pode diferenciar-se, no futuro, por nichos de mercado como o ar, a altitude, o turismo de natureza, desportivo, religioso e cultural, concluíram os participantes numa conferência sobre “Desafios” promovida pela Câmara local.

“Há nichos de mercado pelos quais a Guarda pode e deve diferenciar-se”, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Álvaro Amaro, no final dos trabalhos, que contaram com a participação de Sérgio Barroso, do Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional e Urbano, e do especialista em marketing territorial Henrique Ahnfelt.

Segundo o autarca, a Guarda, localizada na área da Serra da Estrela, é a cidade mais alta de Portugal e tem “o ar mais puro”.

Dos vários “nichos de mercado” que podem ser potenciadores de desenvolvimento, apontou a cultura, a gastronomia, a paisagem e o património histórico, assumindo que a região pode ser diferenciadora se ganhar “marcas diferentes”.

“Nós queremos que a nossa Sé da Guarda seja a mais bonita de Portugal, mas há mais sés noutros pontos do país que também são visitadas pelos turistas. Mas nós queremos que a nossa seja cada vez mais um ponto de referência”, exemplificou.

Álvaro Amaro disse ser necessário “fazer com que a Guarda atraia mais turistas de passagem”, ou que fiquem alguns dias na cidade e no concelho.

“Este é um fio condutor, este é um rumo, mas para isso também sabemos que teremos de fazer alguma requalificação urbana, temos de tornar a própria cidade muito mais atrativa, caso contrário não conseguimos desviar as pessoas”, admitiu.

Durante a primeira das conferências da Guarda, a que assistiram mais de 100 pessoas.

Sérgio Barroso, do Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional e Urbano, falou de “Desafios do crescimento inteligente, sustentável e inclusivo” e disse que a estratégia futura deve “estar focada nas pessoas”.

Destacou a importância dos setores da economia e do turismo e referiu que a Guarda deve apostar em ser uma cidade de saúde e de bem-estar, sendo também um polo logístico e industrial e uma referência no setor agroalimentar.

Sérgio Barroso indicou que o concelho deve continuar a “acarinhar” as competências industriais no setor dos componentes automóveis e a apostar na Plataforma Logística, mas destacou a sua localização geográfica para que se transforme em “Cidade-Região”.

Já o especialista em marketing territorial, Henrique Ahnfelt, deixou várias ideias para que mais turistas possam deslocar-se à cidade.

Em sua opinião, é necessário promover a oferta local (a Sé Catedral, a Torre de Menagem, as igrejas, os restaurantes e os alojamentos) e outros valores para que “o potencial turista escolha a Guarda”.

Para Henrique Ahnfelt, a cidade tem potencialidades para ser “a base natural para quem queira fazer férias” na Beira Alta e na região da Serra da Estrela e sugeriu que sejam usados os novos meios de comunicação “de forma intensiva” para a sua divulgação.


Conteúdo Recomendado