Covid-19: PSD da Guarda pede diálogo a presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal

Após terem surgido divergências relacionadas com a realização de uma Assembleia Extraordinária.

A Comissão Política Concelhia da Guarda do PSD apelou ontem ao diálogo entre os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, após terem surgido divergências relacionadas com a realização de uma Assembleia Extraordinária.

“Reconhecemos o caráter inédito da situação, em consonância com o tempo que vivemos, e lamentamos naturalmente que o processo tenha refletido uma falta de diálogo entre os titulares dos dois órgãos – Câmara Municipal e Assembleia Municipal. Apelamos, por isso, ao bom senso, à serenidade, à contenção verbal e ao diálogo”, disse o social-democrata Tiago Gonçalves, em conferência de imprensa.

O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro (PSD), não autorizou a realização de uma Assembleia Municipal Extraordinária, que estava agendada para segunda-feira no teatro local, por não haver “nada de urgente” que a justificasse devido ao estado de calamidade causado pela covid-19.

O autarca explicou que a sessão contaria com a participação de cerca de 100 pessoas e que a sua decisão foi tomada com base em pareceres da diretora Regional da Saúde Pública e da Direção-Geral da Saúde.

“Não podemos concordar que o senhor presidente da Câmara queira equiparar uma reunião do órgão deliberativo autárquico a um evento social”, reagiu em comunicado, no sábado, a presidente da Assembleia Municipal, Cidália Valbom (PSD).

A presidente daquele órgão acrescentava que o debate “não se fará agora por uma decisão autoritária, injusta, prepotente, imoral e ilegal”.

O líder da concelhia do PSD reagiu ao sucedido, dizendo esperar que, “no futuro próximo, e logo que seja possível o agendamento de alguma Assembleia Municipal ordinária, se observem os procedimentos normais de informação, diálogo e concertação”.

“A Comissão Política de Secção empenhar-se-á nessa matéria, procurando que as divergências que ficaram patentes neste episódio sejam debeladas em nome do regular funcionamento dos órgãos autárquicos e do superior interesse do nosso concelho”, afirmou.

Tiago Gonçalves reiterou que “o diálogo e a concertação são as vias” para a resolução da questão.

Disse também que pretende falar com os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal para que seja encontrada “uma plataforma de entendimento para o bom e melhor funcionamento dos órgãos autárquicos”.

O dirigente social-democrata anotou ainda “a tentativa de aproveitamento político” por parte da concelhia local do PS, liderada por António Monteirinho, referindo que “a questão da substituição da mesa da Assembleia Municipal não está em cima da mesa, ao contrário do que o PS quer fazer crer”.

“Se o estivesse, não seria o PS a encontrar uma solução, a qual só existe dentro do Grupo Municipal do PSD composto por 27 deputados municipais e 34 presidentes de Junta de Freguesia, num total de 61 elementos em 87 que compõem a Assembleia Municipal da Guarda”, rematou.


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