O protótipo da viseira foi concebido no Laboratório de Fabrico Digital – FabLab da Guarda, instalado no Instituto Politécnico local.
“Dada a rapidez do processo, estima-se que seja possível produzir mais de uma centena de viseiras por dia, dentro de poucos dias”, refere o IPG em comunicado hoje enviado à agência Lusa.
O presidente do IPG, Joaquim Brigas, citado na nota, refere que a instituição que dirige pretende “desenvolver e otimizar equipamentos fundamentais para as unidades de saúde que estão a escassear neste momento da pandemia” da covid-19.
“Temos profissionais especializados em ‘design’ e investigadores de várias áreas das engenharias, áreas essas que são vitais para a conceção de protótipos que têm de conciliar a funcionalidade com a segurança”, afirma o responsável.
O suporte da viseira de proteção desenvolvida no Politécnico da cidade mais alta do país está a ser produzido em acrílico, um material facilmente desinfetável e que não reage diretamente com a solução alcoólica, e a inovação do modelo estende-se também ao processo de separação térmica.
“Recorremos ao corte a laser, por oposição à impressão 3D”, explica Miguel Lourenço, coordenador do FabLab da Guarda e um dos criadores do projeto em coautoria com Joaquim Abreu.
Com a opção utilizada, “em dois minutos”, consegue-se “cortar uma peça a laser”, quando “através da impressão 3D, demoraria, seguramente, mais de uma hora”, adianta Miguel Lourenço.
O modelo de viseira concebido exclusivamente pelo IPG é testado em computador para diferentes tamanhos de crânio e o seu ajuste à cabeça é adaptado geometricamente e com alguma elasticidade.
Daí que, segundo a nota, “podem ser produzidos diferentes tamanhos, uma vez que a respetiva escala pode ser facilmente alterada”.
“Na fase do protótipo digital fazem-se vários testes, incluindo à resistência mecânica: são simuladas forças de abertura para encaixe na cabeça, de modo a perceber se as hastes do modelo suportam as forças aplicadas sem cedência e sem rotura do material”, remata Miguel Lourenço.
O IPG adianta ainda que o modelo produzido vai entrar na fase de utilização por parte de profissionais de saúde, com vista à sua otimização.
“Tencionamos enviar, no início da semana, um conjunto de viseiras ao Hospital Sousa Martins, na Guarda, e aos Hospitais da Universidade de Coimbra, para que sejam avaliados na prática.
Através do ‘feedback’ que nos for dado, conseguiremos melhorar o produto final”, afirma na mesma nota Rui Pitarma, docente no IPG e coordenador da iniciativa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.
Em Portugal, segundo o balanço feito sábado pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 100 mortes, mais 24 do que na véspera (+31,5%), e registaram-se 5.170 casos de infeções confirmadas, mais 902 casos em relação a sexta-feira (+21,1%).