Os valores resultam da imposição legal que obriga a que a autarquia, sendo detentora de 78.6% do capital social da sociedade, e apresentando esta um resultado negativo, é obrigada à realização de uma transferência financeira a cargo dos sócios, na proporção de respetiva participação social.
Este foi o único ponto relacionado com o Parkurbis que esteve em discussão na reunião extraordinária do executivo, com todos os vereadores da oposição a criticarem a ausência respostas por parte do presidente da Câmara da Covilhã. Recorde-se que na passada semana o Conselho de Administração demitiu-se em bloco.
Uma tomada de posição questionada esta manhã por Nuno Reis, vereador em substituição do Movimento Acreditar Covilhã “ pedi ao Senhor Presidente que nos esclarecesse os motivos pelos quais o CA se demitiu, e mais preocupante ainda é o facto de o Presidente da Camara Municipal de Manteigas vir agora dizer que foi por solidariedade com o actual vice-presidente da Câmara”.
Nuno Reis acrescenta que “esta é a primeira vez que se ouve, nas palavras do vice-presidente, que um colaborador terá forçado à demissão do Conselho de Administração, um CA que não reuniu, não deliberou nem sequer apresentou aquilo que são os projetos para o Parkurbis e limitou-se a demitir-se”.
O vereador mostrou-se “preocupado” com a ausência de respostas do executivo “sobretudo porque algumas das candidaturas já tiveram o seu términos, nomeadamente a Horizonte 20/20, alguns dos quadros europeus estão também já a esgotar, e não vemos muita vontade da parte da Câmara Musical o alavancar o tecido económico e de investigação da Covilhã, que é para isso que o Parkurbis serve”.
Nuno Reis acrescentou que os Parques de Ciência e Tecnologia não foram criados para ter lucro, mas, sim, “como alavancas territoriais de desenvolvimento de ciência e tecnologia e, portanto, à semelhança do que acontece por esse país fora e a apresentação de resultados nem sempre é positiva”.
Também José Pinto vereador da CDU questionou o presidente da Câmara da Covilhã sobre a real situação vivida no Parque de Ciência e Tecnologia “o Senhor Presidente da Câmara da Covilhã não foi suficientemente compressivo para que essa situação fosse esclarecida e conversada. Tentou evitar quer isso acontecesse, nomeadamente a questão da demissão do CA e as justificações, ou injustificações, apenas ouvi uma declaração do presidente da Câmara de Manteigas e dos outros não ouvi mais nada”.
José Pinto sublinhou que os membros da vereação não podem continuar a votar e a transferir dinheiro “sem sabermos se eles são, ou não, bem gastos”.
Uma preocupação partilhada pelo vereador do PSD “pergunto ao Senhor Presidente da Câmara o porquê de o Parkurbis não ter CA, que foi escolhido pelo presidente da Câmara, e que se demitiu em bloco com informações desconexas. Já ouvimos na comunicação social diversas informações, mas não sabemos a verdade quanto ao facto de não termos CA no Parkurbis.
Joaquim Matias frisou que a situação não se pode prolongar no tempo porque o Parkurbis não é uma “qualquer” instituição e deve ser olhada “com responsabilidade e com responsabilização.
O vereador eleito pelo PSD criticou, ainda, o adiar de reuniões e a falta de “esclarecimento” por parte de Vítor Pereira “o senhor presidente tem que obrigatoriamente esclarecer estas situações, porque ao fim de cada ano civil somos todos corresponsáveis pela gestão do município”.
Em resposta Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, esclareceu que o único ponto em análise durante a reunião prendia-se com o equilíbrio de contas “se os vereadores questionaram, questionaram mal, hoje tratou-se semente do equilíbrio de contas que determina a lei das finanças locais que quando há um desequilíbrio tem que ser reposto sob pena de consequências graves para o município e procedemos à transferência de 136 mil euros para colmatar esse buraco nas contas da instituição o que corresponde à nossa quota-parte”.
Questionado sobre o valor real da dívida da Sociedade Parkurbis, o autarca remeteu explicações para mais tarde aquando do resultado da auditoria financeira “ a discussão das contas não cabe na economia desta reunião, porque as contas devem ser feitas e apresentadas na posse de todos os dados, nessa altura quero ver a vontade em a discutir”.