Cerfundão à frente do diploma

A Cerfundão decidiu constituir-se como Organização de Produtores e adquirir o equipamento que necessita para fazer face à campanha da cereja deste ano.

O problema é que “o calendário agrícola não se compadece com o calendário político administrativo”, e o diploma que atribui uma majoração de 10% aos projetos apresentados por Organizações de Produtores ainda não foi publicado. O secretário de estado da agricultura garantiu, no Fundão, que este mês o diploma estará pronto.

Para já está a criar um problema à Cerfundão “fomos andando com o projeto para a frente e materializando o projeto fazendo investimentos na Cerfundão, na parte da pós colheita, adquirindo maquinaria nova, como calibradores, descaroçadores, etc, o que acontece é que tem havido atrasos, que são apontados como compreensíveis, o problema é que para nós o prazo começa a ficar muito curto, estamos a dois meses de começar a colher cerejas e precisamos desesperadamente de legalizar esta situação que temos já em andamento”, a preocupação deixada por José Pinto Castelo Branco, presidente da Cerfundão, no debate promovido pela Direção Regional de Agricultura do Centro sobre as potencialidades e oportunidades do setor.

Na resposta às preocupações da Cerfundão o secretário de estado da agricultura diz que o diploma que atribui uma majoração de 10% às organizações de produtores vai ser publicado durante este mês de março. A medida visa combater a falta de concentração da oferta no setor, “uma das principais fragilidades”, é que segundo o secretário de estado da agricultura, apenas 11% da produção agrícola em Portugal é comercializada através de organizações de produtores, “nas medidas ao investimento, na exploração agrícola ou investimentos de organizações de produtores, pusemos majorações de 10%. Se eu percebi bem eles (Cerfundão) querem formalizar-se como organização de produtores para obterem a majoração, as medidas ao investimento estão abertas em contínuo, o diploma das organizações de produtores vai estar pronto em março, o dinheiro não se vai embora e eles vão poder candidatar-se, isto também quer dizer que há poucas Organizações de Produtores e que as majorações estão a funcionar senão não se queixavam”.

Diogo Albuquerque rejeita qualquer atraso no arranque do novo programa comunitário recordando que Portugal foi o quarto país da Europa a ver o seu programa aprovado e o primeiro a abrir as medidas do PDR. Segundo o governante, na elaboração do novo quadro comunitário, o governo traçou como meta, no sector agrícola, chegar a 2020 com uma balança comercial neutra. Actualmente Portugal importa seis mil milhões de euros e exporta 4 mil milhões em produtos agrícolas.


Conteúdo Recomendado