Câmara da Guarda dá parecer positivo a explorações de lítio no concelho

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A Câmara Municipal da Guarda deu este ano pareceres positivos a três explorações de minerais, incluindo lítio, na zona sul do concelho, considerando o seu presidente que o município é uma referência a nível nacional.

Em março, a pedido do Ministério da Economia, a autarquia deu pareceres para alargamento da atual concessão C-70 “Gonçalo Sul” (na freguesia de Gonçalo), ao pedido de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de lítio, volfrâmio, estanho, nióbio e tântalo na zona de Vela oeste e entre Seixo Amarelo e Gonçalo, e ao parecer relativo ao pedido de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de quartzo, feldspato e lítio na área da freguesia de Aldeia do Bispo.

Segundo o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, os pareceres para aumentar o número de explorações “dão um certo garante da qualidade” do mineral existente na região.

O responsável adiantou à agência Lusa que, neste momento, o município estabeleceu contactos com algumas das empresas que fazem essa exploração para que seja feito um enquadramento técnico e científico com as universidades.

O município está “muito empenhado” na ligação com o mundo empresarial e académico para poder “projetar ainda mais este potencial que é o lítio”.

Disse que é importante associar a ciência e a economia para encontrar formas de transformação da matéria-prima existente, o que, a acontecer, significava a criação de “mais empresas” na região.

Pela existência de lítio na região, Álvaro Amaro considera que o município da Guarda tem “condições e bons argumentos” para acolher um investimento da Tesla (marca norte-americana de baterias e de veículos elétricos) que demonstrou interesse em construir uma nova fábrica na Península Ibérica.

O autarca de Aldeia do Bispo, Paulo Abrantes, reage com satisfação ao interesse na exploração de minerais, incluindo lítio, na área da freguesia, considerando que, a acontecer, será “um valor acrescentado” para a terra e “terá algum retorno para o local onde for explorado”.

“Só terá, eventualmente, de ser analisado que consequências é que terá essa exploração em termos ambientais, porque nós também não queremos ter uma exploração a qualquer preço. Caso não haja problemas, somos perfeitamente a favor”, disse à Lusa.

Na vizinha freguesia de Vela, onde foi também manifestado interesse na exploração de lítio, a presidente da Junta, Luísa Gonçalves, mostra-se cética com essa possibilidade por explorações anteriores terem constituído “uma má experiência”.

“Temos crateras a céu aberto, temos cortinas arbóreas que nunca foram instaladas, temos o problema dos rebentamentos que danificaram várias casas e esses problemas nunca foram resolvidos”, explicou.

A autarca disse à Lusa já pediu explicações às entidades competentes sobre as novas explorações, exigindo saber “se vão ser feitas através de crateras a céu aberto” ou “por perfurações”.

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) anunciou que vai desenvolver, até novembro de 2018, um projeto de investigação sobre o lítio explorado na área de Gonçalo.

Segundo a responsável pelo projeto, Ana Antão, o estudo visa aprofundar o conhecimento sobre as jazidas de lítio e minérios a ele associados, que ocorrem na formação geológica sedimentar do Vale da Gaia, na freguesia de Gonçalo, Guarda.


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