Biblioteca da Guarda organiza em fevereiro ciclo dedicado a Rui de Pina

A Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), da Guarda, vai organizar no mês de fevereiro um ciclo dedicado à vida e à obra de Rui de Pina, considerado o “príncipe dos cronistas portugueses”, foi hoje anunciado.

Segundo uma nota da Câmara Municipal da Guarda, o escrivão, notário público, diplomata e cronista Rui de Pina (1440-1522), nascido e falecido na Guarda, será lembrado ao longo do mês de fevereiro com duas exposições e uma conferência.

O programa da BMEL dedicado a Rui de Pina tem início no dia 06 de fevereiro, uma terça-feira, com a exposição “Rui de Pina: cronista-mor do reino”, uma iniciativa integrada no projeto de difusão de autores da Guarda “A Terra da Escrita”.

No dia 15, uma quinta-feira, às 18:00, será inaugurada outra exposição, intitulada “Um corpo à procura de Rui de Pina”, por Daniel Gamelas, Daniel Martins, Simone dos Prazeres e Tiago Rodrigues.

A autarquia refere na nota hoje enviada à agência Lusa que a mostra resulta de um desafio lançado a quatro artistas locais, para “criarem” ou “imaginarem”, através de diferentes técnicas (desenho, fotografia, grafismo, pintura, colagem, etc.), “um rosto e/ou um corpo para Rui de Pina, tendo como ponto de partida algumas das imagens conhecidas do cronista”.

O ciclo da BMEL dedicado ao cronista da Guarda termina a 23 de fevereiro, uma sexta-feira, com a conferência “Quem foi Rui de Pina?”, que será proferida pelas 18:00, por Alexandre da Costa Luís, professor e investigador da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior (Covilhã).

O conferencista explicará “quem foi Rui de Pina e qual é o seu lugar na história portuguesa, lançando, para isso, um olhar sobre a vida e a obra desta figura, natural da Guarda, e analisando algumas das questões mais polémicas”, segundo a organização.

A fonte refere que Rui de Pina foi “autor de extensa obra cronística realizada ao serviço de Dom João II e de Dom Manuel” e que “a sua produção escrita manteve-se envolta em polémica desde o século XVI, com base nas duras críticas de Damião de Góis na Crónica de Dom Manuel (1566)”.

Tendo em conta os antigos cronistas portugueses, Rui de Pina “foi o que mais crónicas escreveu”, pois “ao todo escreveu as crónicas de dez reis, desde Dom Sancho I, a Dom Manuel I (início)”, assinala.

“No entanto, mais do que um cronista dos tempos remotos, devemos considerar que foi uma testemunha de factos importantes do seu tempo e que teve um papel ativo, como burocrata, diplomata e cronista, na construção do reino de Portugal”, remata.


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