Autárquicas/Guarda: Sérgio Costa é candidato independente pela “causa da Guarda”

O ex-vice-presidente do município da Guarda e ex-líder da concelhia do PSD Sérgio Costa demitiu-se da estrutura partidária e assumiu uma candidatura independente à autarquia, erguendo como bandeira “a causa” de defender o concelho.

Sérgio Costa, de 44 anos, atual vereador independente no executivo, licenciado em Mecânica e técnico superior na Águas do Vale do Tejo, abandonou o partido em maio e quando ‘bateu com a porta’ anunciou que era candidato independente à liderança da maior autarquia do distrito da Guarda.

“Deixei de ser militante quando me apercebi do progressivo afastamento entre os ideais dos cidadãos militantes e os seus líderes partidários. Criou-se uma elite de dirigentes próximos das cúpulas partidárias que têm uma agenda própria de interesses pessoais e egoístas, que em nada coincidem com as necessidades do cidadão comum”, justifica, em declarações à agência Lusa.

O candidato demitiu-se dois meses após o PSD ter aprovado o nome do autarca Carlos Chaves Monteiro para cabeça de lista, quando a estrutura concelhia que liderava tinha indicado o seu nome.

Antes disso, após a saída do presidente Álvaro Amaro da presidência da autarquia, o então social-democrata entrou em ‘rota de colisão’ com Carlos Chaves Monteiro, que assumiu a presidência do executivo, e, em março de 2020, deixou a vice-presidência e passou a vereador sem pelouros.

“A defesa intransigente da Guarda foi o principal motivo pelo qual deixei de me rever nas estruturas partidárias. A causa da Guarda deve ser a única bandeira que um político eleito pelos guardenses deve orgulhosamente erguer”, refere, para justificar a candidatura.

Como independente, o que os eleitores da Guarda podem esperar de si “é o trabalho e a luta diária para que a sua voz seja ouvida por muito que os ouvidos de Lisboa se tenham tornado cada vez mais surdos”.

“Os guardenses querem respeito, valorização do seu território e a qualidade de vida que merecem como portugueses. Na nossa intervenção política sempre afirmámos que a Guarda estaria sempre em primeiro lugar”, diz.

O candidato reitera que “a defesa da Guarda e dos guardenses foi a motivação” para continuar a ação política.

Se for eleito presidente, o engenheiro natural de Peso da Régua, residente na Guarda desde 1994, tem um objetivo “nobre”: “Tornar a Guarda numa cidade de média dimensão nos próximos 20 anos”.

“Para alcançar esse desígnio, é fundamental que todos deem as mãos. Mobilizar os guardenses da esquerda à direita, unir esforços e falar a uma só voz. No fundamental, rumar para o mesmo lado”, defende.

Depois de referir que os guardenses “estão fartos de ver o seu concelho ser ‘ultrapassado’ pelas cidades vizinhas”, assume que “chegou a hora de deixar de olhar para os umbigos partidários e pensar e agir pela Guarda como um todo”. Para isso, propôs às outras candidaturas o “Pacto – Geração Economia Guarda 2040”.

Caso seja eleito presidente, terá com a oposição uma atitude de “diálogo, colaboração e respeito”. Tomará como primeira medida “verificar a percentagem de execução atual dos fundos comunitários atribuídos ao município da Guarda e lutar pelo seu aumento urgente, dado o período breve do regime de ‘overbooking’ […], preparando, ao mesmo tempo, já o novo Quadro Comunitário de Apoio – PNI2030, tal como o Plano de Recuperação e Resiliência”.

O seu programa contém medidas como a aposta na Plataforma Ferroviária, a duplicação da área da Plataforma Logística e do Parque Industrial, e a criação de centros de incubação empresarial “para fixação da nova geração de empresas tecnológicas de última geração” e de novas áreas de localização empresarial no meio rural.

Sérgio Costa tem uma pós-graduação em Sistemas de Abastecimento de Água e Drenagem de Águas Residuais, foi assessor da direção da Associação Comercial da Guarda (1999 – 2001), gestor de clientes (2002 – 2004) e técnico superior de fiscalização (2005 – 2007) em empresas.

O atual técnico superior na Águas do Vale do Tejo tem como passatempos a leitura, o pedestrianismo e a prática de agricultura biológica.


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