Artistas que viveram e se inspiraram no Douro levam exposição à Noruega

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A primeira exposição do projeto Vivificar, que junta trabalhos de fotografia, vídeo e instalações desenvolvidas por 12 artistas na região do Douro, foi inaugurada este sábado na Noruega, perto de cinco meses depois de apresentada em Peso da Régua.

De acordo com a Direção-Geral das Artes (DGARtes), a mostra fica patente no Surnadal Billag e na Culture House, em Surnadal, na Noruega, onde pode ser vista até ao final de agosto.

A exposição resulta do trabalho que 12 artistas desenvolveram em contexto de residência artística em 12 freguesias de quatro municípios da região do Douro, num projeto promovido pela plataforma de fotografia Ci.CLO.

Ao longo de 2022, artistas durienses e de outras regiões do país, assim como artistas noruegueses, das áreas da fotografia, novos ‘media’ e arquitetura, estiveram a trabalhar e a viver durante seis semanas em casas de famílias dos concelhos de Alijó, Lamego, Mêda, Torre de Moncorvo.

Alexandre Delmar, André Tribbensee, Fábio Cunha, Hasan Daraghmeh, Ine Harrang, João Pedro Fonseca, José Pires, Maria Lusitano, Patrícia Geraldes, Raquel Schefer, Trond Lossius e Violeta Moura foram os artistas que, durante seis semanas, viveram em casas de embaixadores locais.

O Vivificar partiu dos conceitos de ‘viver’ e ‘ficar’, no sentido em que nasceu com o propósito de procurar respostas criativas para o desafio da fixação populacional na região do Douro, baseadas na construção de diálogos com as comunidades e no aprofundamento de perspetivas sobre os contextos socioeconómicos, ecológicos e culturais destes territórios.

“O objetivo foi criar esta relação próxima e íntima com membros da comunidade”, disse à agência Lusa Virgílio Ferreira, diretor artístico da plataforma Ci.CLO, a propósito da inauguração da mostra em Peso da Régua, no passado mês de março.

“No fundo são 12 lentes sobre este contexto e este território”, Virgílio Ferreira.

Os trabalhos celebram a “identidade, a memória e o património, assim como a resiliência das gentes dos quatro municípios parceiros”.

A exposição reúne 12 projetos de instalações, fotografias, filmes e um documentário com testemunhos dos elementos da comunidade que se envolveram no projeto, constituindo uma “visão coletiva do trabalho que foi desenvolvido”.

A junção destes projetos, disse então Virgílio Ferreira, constitui na prática um resumo do trabalho feito porque, de cada uma destas residências, resultou uma exposição específica do contexto onde eles estavam a trabalhar”.

A mostra conclui a primeira edição do Vivificar, projeto organizado e produzido pela plataforma Ci.CLO, financiado pela EEA Grants e operado pela Direção-Geral do Património Cultural, em colaboração com a DGArtes.

Na opinião de Virgílio Ferreira, a iniciativa teve impacto a nível local e ativou “uma energia”, apontando como exemplo a criação de grupos em resultado da dinâmica entre artista e comunidade, como na Coriscada (Meda) ou em Alijó.

As exposições locais tiveram os mais diferentes palcos, como antigas escolas primárias e um cineteatro desativado há vários anos.

O Vivificar enquadra-se no concurso “Connecting Dots – Mobilidade Artística e Desenvolvimento de Públicos”, do Programa Cultura, no âmbito dos EEA Grants, mecanismo financeiro, criado com o objetivo de reforçar as relações bilaterais entre os estados-membros da União Europeia Europa e a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega, membros do Espaço Económico Europeu (EEE).

A Ci.CLO, responsável pela organização, produção e curadoria da Bienal Fotografia do Porto, é uma estrutura independente de pesquisa e criação, na área da fotografia e sua interação com outras disciplinas artísticas, ambientais e sociais.


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