Todos achamos a nossa terra a mais linda de todas. Ela é linda na Primavera, com todas as suas cores e sons; no Verão com as romarias e o matar saudades da diáspora; no Outono com as frutas e paisagens de muitas cores e até no Inverno, com aquele friozinho que enrija, ela se torna peculiar e aconchegante em torno de uma lareira.
Mas se ela é assim tão linda, por que não brilha económica e socialmente? Por que vão embora os jovens? Por que não atrai pessoas nem empresas, nem sequer emigrantes, que estão a chegar aos milhares às grandes cidades?!
Todos reconhecemos que a qualidade de vida está aqui, e a um preço menor, mas ainda assim não somos competitivos e o futuro não é nada promissor. Basta vermos os censos dos últimos 10 anos, analisarmos a tendência atual e o desastre é mais do que certo para os próximos 10.
Quando desenhamos uma política pública, à qual destinamos meios dinheiro público, sobretudo, o mínimo que se pode exigir é que haja um acompanhamento dos resultados obtidos, com vista a manter essa política pública na agenda ou a encontrar melhores práticas para os fins visados. Persistir nas mesmas ações, iniciativas ou eventos, não geradores do esperado retorno não dará outros resultados senão os que agora podemos constatar. Está aí um novo quadro comunitário, com apoios significativos. Nunca as oportunidades foram tão grandes, pois ainda há cofinanciamento no PT2020, PRR e já o PT2030 lança os primeiros concursos, mas vamos ousar fazer algo diferente? Ou vamos ficar-nos pelas ações de sempre?!
Aqui e ali algumas estratégias (ou meros planos de ação pontuais) parece contrariarem – ou atrasarem – os cenários negativos, mas a realidade é bem mais dura. Não será um tempo de avaliação das políticas públicas?! Se continuarmos a fazer o mesmo, sem mais, a pensar que estamos certos e todos os demais errados, os resultados estão já prospectivamente confirmados: Um território infraestruturado mas vazio…